O regulamento da Liga Futsal 98 impedia a disputa do segundo jogo da final no ‘Caldeirão da Serra’ – Ginásio Tramontina, já que o local deveria suportar mais de 5 mil espectadores. O jeito foi rumar para o ‘Pereirão’, em Caxias do Sul. Apesar de ter perdido por 5 a 1 no primeiro jogo, e dos desfalques de Fininho, jogador destaque do Carlos Barbosa na competição, e Danilo, que jogou no sacrifício na semifinal contra a GM e comprometeu sua participação da decisão, a torcida laranja não esmoreceu.
Mais de 6 mil pessoas, em 65 ônibus, invadiram a cidade. O esforço não foi suficiente, contudo. O título ficaria com o outro gaúcho. Foi a primeira de três taças da Liga Futsal, erguida pela Ulbra.
Antes de falarmos sobre esta final e o grupo da Ulbra, vale lembrar um pouco mais da Liga naquele ano. Foram 4 fases, sendo duas de grupos, semifinal e final, todas com jogos ida e volta. A Liga começou em 13 de março, com 10 clubes, e acabou 30 de maio, com a decisão entre os dois gaúchos do certame.
Na primeira fase ACBF deu-se o luxo de perder só dois jogos, liderando o quadro geral, inclusive, até o final da competição, quando terminou com 32 pontos, um a mais que a campeã. O trunfo da Ulbra foi o poder de crescer na hora certa: venceu os últimos 3 jogos, sendo o decisivo da semifinal por 6 a 4, contra GM e duas goleadas em Carlos Barbosa, 5 a 1 e 6 a 2. O título também ficou marcado pelo bicampeonato pessoal do técnico PC (campeão com a Inter em 96).
Um hiato de 3 anos sucedeu o título inédito. Quando a Ulbra formou, em 2002, um time de peso com Tiago Marinho, Paulinho Japonês, Índio, Fabiano Assaf, Lenísio, Vinícius, Pula, entre outros. Ainda comandados por PC de Oliveira eles enfrentaram uma liga acirrada nos aspectos técnicos. Tanto é que o time de Canoas terminou a competição com 11 vitórias e 10 derrotas. Teve ainda um início de segunda fase absolutamente vacilante, com 3 empates seguidos (os únicos que tiveram em toda Liga).
O Correio do Povo publicava, na segunda, 29 de julho de 2002: “A equipe da Ulbra precisava apenas de um empate para conquistar o seu terceiro título (eles consideravam o Inter/Ulbra como sendo o primeiro) da Liga Nacional Futsal. Conseguiu mais do que necessitava: em um jogo muito tenso, os gaúchos venceram os mineiros do Minas Tênis Clube por 4 a 2 e fizeram a festa no ginásio Juscelino Kubitschek, o Mineirinho, sábado, em Belo Horizonte. O artilheiro Lenísio foi o grande destaque da partida, marcando três dos quatro gols dos campeões”.
Festa em Porto Alegre na recepção dos jogadores e comissão.
Como parâmetro do que houve no ano seguinte, em 2003, vejamos a seleção da Liga Futsal: Melhor fixo – Índio (Ulbra); Melhor ala direita – Tatu (Ulbra); Melhor ala esquerda – Pablo (Carlos Barbosa); Falcão (Malwee / Jaraguá); Melhor pivô – Simi (Barueri / Penalty / Pueri); Melhor jogador – Tatu (Ulbra); Jogador revelação – Rafael (Ulbra); Melhor técnico – PC (Ulbra).
Mais uma vez contra o rival gaúcho, Carlos Barbosa, a equipe da Ulbra venceu a derradeira partida por 5 a 3. Gols de Tatu, Lukaian(2) e Wilde(2), para Ulbra e Betão, Gabriel e Lukaian (contra), para Carlos Barbosa.
HISTÓRICO ULBRA
A Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) é uma universidade privada, sediada na cidade de Canos, no Rio Grande do Sul. Já em 96 apoiava o futsal, por meio de patrocínio ao Internacional de Porto Alegre. Mas formou um time que carregava o seu nome após romper com o colorado, em 98. Já de início levantou o caneco. Para depois repetir o feito em 2002 e 2003. Chegou a outras 3 finais (2001, 2004 e 2008), alcançando a marca de 4 finais seguidas.
A partir de 2010 nasce, oriundo do que restou da ULBRA, o Canos Sport Club.
Títulos: Ulbra/RS – 1998 / 2002 / 2003
1998
10 clubes Atlético/Pax Minas, Blu/BTV/Dal Ponte, Carlos Barbosa, Corinthians/Reiplas, Crefisul/Asbac, GM/Chevrolet, Iate/Kaiser, Speed System/Minas, Tio Sam/Gym e Center Ulbra.
Artilheiro Índio 25 gols
604 jogos 70 gols média 8.6 gols
4 fases – 1ª Dois grupos de 5 jogaram em turno e returno. As quatro melhores equipes passavam. Com estes 8 clubes eram formados mais dois.
13 de março a 30 de maio
2002
12 clubes Minas Tênis Club, Carlos Barbosa, Malwee Jaraguá, Ulbra, U.C.S./Multisul, U.C.G. – Goiás, Banespa, Atlântico, São Paulo, Esporte Clube Rio Verde, Santos e Londrina.
Dois grupos (A e B) foram formados. Os times de um grupo enfrentavam em turno e returno os do outro. Os 5 melhores seguiram adiante para serem, mais uma vez, divididas para jogarem entre si. Por fim foram disputadas semi e finais em dois jogos cada.
Artilheiro Lenísio (Ulbra) – 31 gols
725 gols em 117 jogos (média de 6.2)
2003
17 Clubes – AABB/Umbro, Atlântico/Erechim, Barueri/Penalty/Pueri, Carlos Barbosa, ECB/São Bernardo, Internacional, Joinville EC/FME, Londrina/AABB, Malwee/Jaraguá, Minas Tênis Clube, Minas Tênis Clube, Poker/Maring /Amafusa, Rio Verde/Fesurv, São Paulo/São Caetano, SEI/Dom Bosco, UCS/Multisul e Ulbra.
22 de março a 21 de julho
1131 gols em 191 jogos (média de 5.9)
Disputa em duas chaves, uma com oito equipes e outra com nove. Na primeira fase, os times jogarão contra as equipes da outra chave, em turno e returno, classificando-se os cinco primeiros de cada grupo para a fase seguinte. Na segunda fase, os times enfrentarão as equipes do mesmo grupo, também em turno e returno. Por fim foram disputadas semi e finais em dois jogos cada, em caso de necessidade um terceiro jogo poderia ser jogado na final.
Assessoria e Comunicação LNF