Maurício Moreira
Tom comemora com a torcida gol que abriu caminho para o triunfo do Pato sobre o Cascavel | Foto: Maurício Moreira


Quem deixou para comprar ingresso na hora do jogo entre Pato e Cascavel, neste domingo, 20, teve de assistir o jogo pela TV. Os torcedores esgotaram os bilhetes horas antes do confronto da volta das oitavas de final da Liga Nacional de Futsal (LNF). Com isso, o Ginásio Dolivar Lavarda teve os 1.280 lugares ocupados. Dentro, uma atmosfera como poucas. Do início ao fim, quem estava na arquibancada fez bastante barulho para incentivar os comandados do técnico Betinho e vaiar os cascavelenses.

Quando a bola rolou, os visitantes chegavam mais ao ataque, mas sem agressividade. Mas a melhor oportunidade na etapa inicial foi do Pato. Na direita, Neguinho chutou forte, a bola bateu na rede pelo lado de fora, o suficiente para alguns torcedores gritarem gol.

Depois do intervalo, Djony acionou Tom no ataque. O camisa dez fez o giro e, já caindo, chutou para vencer Di Fanti: 1×0. O Cascavel teve Ernani expulso, após agredir Caio Barros. O jogo seguiu truncado, do jeito que os donos da casa precisavam, enquanto os visitantes tinham dificuldade para serem efetivos. Nos segundos finais, quando a equipe de Deividy Hadson apostava no goleiro linha Léo Souza, Mariano aproveitou para fazer 2×0 e selar a classificação.

Em entrevista após o jogo, Tom comemorou o gol e falou da relação com a cidade de Pato Branco. “Sou muito abençoado. Minha história é atípica. Voltei a jogar com 28 anos e não imaginava viver tudo isso aqui. A cidade me abraçou e me sinto pato-branquense hoje. Essa atmosfera existe em poucos lugares. Esse gol tirou um pouco do peso, mas o grupo trabalha muito. É unido, não tem picuinha, não tem vaidade. Agora é comemorar porque a torcida e a gente merece.”

Para ele, o Pato, bicampeão da LNF em 2018 e 19, está se projetando na briga pela terceira taça. “ É um sonho pra nós, jogadores, pra cidade. O Pato é gigante e estamos fazendo as coisas certas. Vamos lutar pra chegar nessa final.”

Rivalidade alimentada

Frequentes oponentes em partidas decisivas nas últimas temporadas, Cascavel e Pato têm alimentado uma rivalidade. Na madrugada de domingo, torcedores pato-branquenses soltaram foguetes próximo ao hotel onde o elenco da Serpente pernoitava, em mais uma demonstração de animosidade entre os adeptos dos times. No confronto pelo Campeonato Paranaense, em 21 de julho deste ano, o ônibus do Pato foi apedrejado quando deixava o Ginásio da Neva, após um 2×2 em quadra. E após o confronto de ida do mata-mata da LNF, na semana anterior, o goleiro Djony foi ameaçado de morte.

Desconsiderando as polêmicas, o Pato vence o primeiro confronto com o Cascavel nesta temporada. Nos outros três jogos, dois empates, enquanto o Cascavel havia vencido um — 6×4, pela primeira fase da LNF. Em 2023, a Serpente eliminou o Pato nas oitavas da LNF, enquanto os sudoestinos despacharam o adversário no Campeonato Paranaense.

E pode ser que os dois se encontrem mais duas vezes, ainda em 2024. O duelo é possível pela semifinal do Campeonato Paranaense.