O Gauchão de 2024 pode estar perto de ter um desfecho. Isso porque, na semana que vem o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deverá julgar o caso de injúria racial que aconteceu na semifinal entre Guarany e Atlântico, em Espumoso. O fato gerou uma briga nos tribunais e deixou a competição sem a definição do segundo finalista.
Conforme o presidente da Liga Gaúcha de Futsal, Nelson Bavier, as partes aguardam a intimação, que pode acontecer até sexta-feira (31). A expectativa é que o caso seja julgado pelo STJD até a próxima quarta-feira (5).
O julgamento tem sido muito aguardado para dar fim à competição do ano passado. Guarany e Atlântico se enfrentavam pelo jogo de volta da semifinal, no Ginásio Módulo Esportivo, em Espumoso, no dia 30 de novembro. O Atlânticio venceu no tempo normal por 4 a 1 e forçou a prorrogação.
No tempo extra, o placar estava 1 a 1. Até que, faltando 50 segundos para o fim do primeiro tempo, o jogo foi interrompido. Um dos torcedores do Guarany chamou o goleiro João Paulo, do Atlântico, de “macaco”. Jogadores e comissão técnica do Galo teriam identificado o agressor e alegaram que a segurança do ginásio nada fez para o deter. O time de Erechim resolveu abandonar a quadra antes do fim da partida.
O caso gerou uma grande repercussão. Após a partida, o técnico do Atlântico, Paulinho Sananduva, revelou que alguns atletas estavam chorando no vestiário. O goleiro João Paulo também ficou bastante abalado e registrou boletim de ocorrência ao sair do ginásio. O torcedor foi identificado e a Polícia Civil abriu investigação sobre o caso. Ele foi denunciado por injúria racial, podendo pegar prisão de dois a cinco anos de prisão.
O caso foi parar no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). Em primeira instância, o órgão decidiu punir o Atlântico por ter abandonado a partida com a perda de três pontos e, consequentemente, a eliminação. Com isso, o Guarany ficaria com a vaga, mas teria a perda do mando de quadra de dois jogos, além de multa de R$ 10 mil. O torcedor que ofendeu o goleiro João Paulo, foi proibido de frequentar ginásios por 720 dias.
Os dois clubes recorreram da decisão. O Galo foi contra a eliminação, enquanto o time de Espumoso tentava reverter a perda do mando de quadra. No dia 11 de dezembro, o Pleno do TJD julgou os recursos e absolveu o Atlântico de abonar a partida. Ainda aumentou a multa do Guarany para R$ 20 mil e optou por dar seguimento ao jogo, a partir dos últimos segundos do primeiro tempo da prorrogação, com portões fechados.
Insatisfeitos com a decisão, os clubes voltaram a recorrer. Porém, com a chegada do fim do ano, não havia mais tempo hábil para realizar os jogos, nem mesmo as finais. A Yeesco Futsal, que já estava com a vaga garantida na final e aguardava o desfecho, deu férias para os seus atletas. O STJD entrou em recesso e o caso ficou para 2025.