Nelson Terme
Caio Lucas e Renato Moterani | Foto: Nelson Terme

A Seleção Brasileira de Futsal Feminina está pronta para estrear no III Torneio Internacional de Futsal Feminino, que acontece em Xanxerê (SC). Com o elenco 100% fisicamente e bem ajustado nas partes técnica e tática, a equipe entra em quadra determinada a conquistar o terceiro título da competição.

A preparação intensa contou com o suporte de uma equipe multidisciplinar altamente qualificada, que tem garantido não apenas a performance em alto nível, mas também o bem-estar físico e mental das atletas. À frente do departamento médico está a Dra. Yhasmin Redondo, que nesta edição do torneio celebra um ano com a Seleção feminina. Ela destaca a importância da integração multidisciplinar no trabalho que foi feito para o torneio, que é uma competição de curta duração e alta intensidade.

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Equipe multidisciplinar garante cuidado para Seleção focar no tricampeonato | Foto: Nelson Terme

“A medicina do esporte é uma área que não trabalha sozinha. É incrível ter uma equipe como a que temos aqui. Essa integração faz a equipe funcionar muito melhor. Conseguimos ajudar as jogadoras a performarem mais, se sentirem à vontade para falar com a gente sobre suas queixas, comorbidades e pontos que precisam melhorar. Acho fundamental ter uma equipe unida e coesa. Como diz um dos nossos técnicos, o Coelho, precisamos dessa unidade, em que todas as engrenagens funcionem bem para que possamos devolver as atletas 100% à quadra — seja para os treinos ou para os jogos”.
Somado ao departamento médico, a preparação física é comandada por Lívia Almeida. Ela explica que a principal preocupação até a estreia foi alinhar estratégias para deixar o grupo o mais homogêneo possível.

“Nós estamos no quinto dia de preparação e durante esses cinco dias a gente esteve em contato com nosso departamento de saúde para que a gente conseguisse alinhar as estratégias para deixar esse grupo mais homogêneo possível, visto que a gente tem atletas na pré-temporada na Europa e no meio da temporada aqui no Brasil. Nosso intuito principal é deixar o mais forte possível e utilizar, principalmente, essa competição para chegar bem na Copa do Mundo”.

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Dra. Yhasmin Redondo chefia o departamento médico da Seleção Feminina de Futsal | Foto: Nelson Terme

Fisioterapia, fisiologia e trabalho integrado para a estreia

O trabalho da fisioterapia atua desde a fase de pré-convocação até a recuperação pós-treino das jogadoras da Seleção Brasileira. Hoje quem comanda o setor são os fisioterapeutas Renato Moterani e Sinara Busatto.

“A gente já começa o trabalho antes mesmo da apresentação. A comissão técnica nos passa uma lista de nomes, e vamos acompanhando essas atletas, fazendo uma série de análises de como estão performando nas partidas. Com isso, montamos um banco de dados e monitoramos até o momento da apresentação. A partir da apresentação, começa uma nova etapa: analisamos cada atleta, identificamos os anseios e eventuais lesões trazidas dos clubes — se houverem. Com base nisso, montamos uma proposta de prevenção ao longo dos treinos, para que elas possam performar da melhor maneira possível”, explica Renato.

Após os treinos, tem início o trabalho de recuperação, sempre em conjunto com os departamentos de Preparação Física, Fisiologia e Médica. O objetivo é deixar as atletas o mais próximo possível de 100% para que rendam bem nos treinos e estejam na melhor condição para os jogos. Sinara Busatto detalha a rotina de prevenção e recuperação na preparação da Seleção.

“Pensamos na prevenção de possíveis lesões, já que nossos treinos são bastante exigentes e o desgaste é grande — mesmo quando elas estão em temporada. Aqui em Xanxerê, tentamos minimizar ao máximo os desgastes. Após os treinos, lançamos uma lista com as atletas que necessitam de atendimento, e buscamos acolher todas da melhor maneira possível, oferecendo o máximo de suporte para que estejam recuperadas para a próxima sessão de treino e, principalmente, para que cheguem aos jogos em 100% das condições”, detalha.

“Na maior parte dos casos, como são queixas musculares ou dores articulares, utilizamos técnicas como liberação miofascial, botas pneumáticas, Game Ready, entre outros recursos. Tudo depende da queixa individual, e montamos estratégias personalizadas para garantir a melhor recuperação possível”, completa.

O acompanhamento fisiológico é feito por Caio Lucas, que monitora os indicadores de desempenho ajustando a rotina de treinos e a carga de esforço conforme necessário. Ele explica como é realizado o acompanhamento diário da condição física das jogadoras.

“Elas estão 100%. Fazemos o controle diário por meio das métricas do GPS e também através dos questionários de bem-estar. Todos os dias, pela manhã, elas respondem a esses questionários, que avaliam quesitos como fadiga, estresse, humor, qualidade do sono e dor”, conta Caio.
Essas informações são repassadas para a comissão técnica, auxiliando no planejamento dos treinamentos diários e das próximas etapas, ajustando as cargas conforme a necessidade do grupo.

“Compartilhamos também essas informações com o departamento de saúde — fisioterapeutas e médicos — que realizam o trabalho preventivo e de recuperação, garantindo que todas estejam aptas para os treinos”.
O trabalho integrado entre comissão técnica e o departamento de saúde tem sido essencial para manter grupo competitivo e preparado para os desafios em Xanxerê. Com estreia marcada para esta quarta-feira (21), o Brasil entra em quadra contra a Guatemala e começa a busca pelo tricampeonato do III Torneio Internacional de Futsal Feminino.