O São Paulo Futebol Clube foi fundado em 25 de janeiro de 1930 e hoje comemora 86 anos de existência. O clube nasceu da união de dissidentes do Club Athlético Paulistano e da Associação Athlética das Palmeiras, tendo a ata de fundação assinada na madrugada do dia 26 daquele mês devido ao tardar da reunião e confecção dos estatutos.

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Os fundadores

O Paulistano nasceu na Rotisserie Sportsman (Rua São Bento, nº 61), em 29 de dezembro de 1900. Pouco mais de um ano depois, em 1902, já era vice-campeão do primeiro Campeonato Paulista da História. Ao todo, o Paulistano conquistou 11 Títulos Paulistas, sendo quatro consecutivos (1916-1919).

Grandes nomes jogaram pelo alvirrubro paulistano. Estrelas como Rubens Salles, Mário Andrada, Filó, Araken Patusca e, principalmente, Arthur Friedenreich (El Tigre e Araken defenderam o Tricolor).

Fundada em 9 de novembro de 1902 e sediada inicialmente na Av. Angélica, a AA das Palmeiras sempre possuiu forte vínculo com o Paulistano. A afinidade entre os dois times surgiu ainda nas primeiras partidas disputadas entre si, quando o time principal das Palmeiras enfrentava o segundo quadro (time B) do Paulistano. Com o prestígio gerado por esses encontros, o time foi admitido na Liga Paulista em 1904, onde se tornaria, futuramente, tricampeão.

Também em 1904, o clube mudou-se para a Chácara da Floresta, onde construiu o famoso campo. Em 1916, o CA Paulistano doou as arquibancadas do antigo estádio Velódromo. Rapidamente a Floresta se tornou um grande pólo esportivo da Cidade de São Paulo.

A união dos dissidentes dos CA Paulistano (o clube existe até hoje) com AA Palmeiras resultou no nascimento de um clube de ponta e de berço. Gigante. Detentor, por assim dizer, de 14 títulos paulistas – praticamente a metade do que havia sido disputado até então -, e herdeiro de grandes craques do futebol e de uma bela sede esportiva, na Floresta.

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O nascimento do Tricolor

O ponto crucial da história que levou à origem do São Paulo foi a desistência do Paulistano em praticar o futebol e o fim da Liga dos Amadores de Futebol – LAF -, entidade basicamente capitaneada pelo clube do Jardim América e da qual também fazia parte a AA das Palmeiras, em 8 de janeiro de 1930.

Muitos filiados alvirrubros descontentes com tais decisões passaram o mês de janeiro a arregimentar outros adeptos às tradições e glórias do maior campeão paulista da era amadora para o nascimento de uma nova associação esportiva na cidade. Dias antes da fundação, em 25 de janeiro, já era previsto, debatido e praticamente acertada a elaboração dessa nova entidade.

Prova de que a movimentação pela união dos clubes começou cedo, provavelmente ainda no fim de 1929, quando o Paulistano ameaçava deixar o futebol, está no anúncio publicado pela AA das Palmeiras em vários jornais da capital no dia 10 de janeiro, logo após o fim da LAF, sobre a reforma do gramado da Chácara da Floresta e a suspensão dos treinos dos jogadores. É sabido que o clube não dispunha, sozinho, de recursos para tal empreendimento e essa obra já estava nos planos dos dirigentes que fundariam o Tricolor.

Uma das primeiras passagens na imprensa acerca da criação do novo clube ocorreu no jornal “Folha da Manhã”, na coluna “Pão de Moloch”, no dia 21 de janeiro. Nela foi dito que o nome da nova equipe seria Esporte Clube Paulistano. Já o impresso “Diário Nacional”, de 23 de janeiro, apostava em Paulistano Atlético Clube, indicando, também, que os grandes craques do antigo clube, como Friedenreich, atuariam no futuro time, o que de fato aconteceria.

Este mesmo jornal noticiou, no dia 24 de janeiro, como fundado o São Paulo Futebol Clube. Foi o primeiro órgão a fazê-lo, curiosamente, antes de verdadeiramente fundado ter sido. Acontece que no dia 23 de janeiro, quinta-feira, ocorreu a reunião prévia entre os desportistas de ambos os clubes citados, inicialmente contando também com sócios da Associação Athlética São Bento que, posteriormente, não aceitou fazer parte do acordo de fundação porque seu associado de mais renome, Lauro Gomes, foi substituído por Luís Oliveira de Barros no posto de secretário geral da futura nova entidade.

Poucos sabem, mas não fosse pelo motivo acima citado, possivelmente não haveria Tricolor, pois o clube teria mais uma cor em seus símbolos, sendo representado, assim, pelo preto, branco, vermelho e… azul celeste.

Nesta reunião prévia ficou decidido o nome do clube – assim escolhido pelo ideal de representar a cidade e o estado, como também por causa da proximidade do aniversário da cidade de São Paulo -, o corpo diretor e os integrantes do Conselho Deliberativo. Mas os estatutos e acertos finais ficaram para o sábado, 25, propositalmente no citado aniversário.

Outro ponto importante decidido foi a convocação do Conselho Consultivo da AA das Palmeiras para às 17h daquele mesmo sábado. Lá aprovariam a união daquele clube com os dissidentes do Paulistano e, por assim dizer, o “rebatismo” da associação – Como o jornal “Folha da Noite”, na coluna “Notas e Notinhas” anunciou no dia 31 de janeiro, para a APEA, a federação organizadora do futebol no Estado de São Paulo, o São Paulo Futebol Clube nada mais era que a Associação Athlética das Palmeiras sob nova nomenclatura, ocupando o mesmo registro.

O “Relatório da Directoria da Associação Paulista de Esportes Athletico Relativo ao Anno de 1930”, único documento oficial que existe sobre esse ponto, deixa isso claro quando na página 31 do livro, no capítulo “Clubes que mudaram de nome”, em seu item terceiro, diz: “Associação Athletica Palmeiras, que ficou sendo o São Paulo Futebol Clube”.

(Contudo, o Tricolor não pode ser considerado a continuação direta da AA das Palmeiras justamente porque sócios do clube alvinegro, descontentes com a fusão, refundaram o clube, que chegou até mesmo a disputar o Campeonato Paulista Amador da FPFA, do mesmo modo que associados e simpatizantes do São Paulo refundaram o clube em 1935).

Assim, às 14 horas do dia 25 de janeiro, na Praça da República, nº 28 (em propriedade quase na esquina da Avenida São Luís com a Avenida Ipiranga e que, dois anos depois, veria eclodir ali, na praça, a Revolução Constitucionalista de 1932), começou a assembleia de fundação que, como se sabe, tardou a ser finalizada devido a produção do estatuto do clube e pelo andar da reunião do Conselho Consultivo da AA das Palmeiras, realizada na Chácara da Floresta. Já na madrugada, com tudo aprovado, foi lavrada a ata de fundação do São Paulo Futebol Clube, abaixo transcrita na linguagem da época.

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1930 e 1935: Entenda a história do Tricolor

O são-paulino mais jovem já deve ter se perguntado isso: “Mas quando é o aniversário do meu clube mesmo?” A dúvida é pertinente. O São Paulo Futebol Clube foi fundado em 25 de janeiro de 1930 e refundado, após desavenças políticas que haviam levado o clube a um breve encerramento, em 16 de dezembro de 1935.

O tema, dentro do próprio São Paulo, sempre foi ponto de forte discussão. Ao longo dos anos e com o passar das mudanças estatutárias é possível verificar isso. Aqui transcreveremos os artigos de cada mudança estatutária referente, deixando claro que as duas datas são de suma importância para o Tricolor e que o clube não pode abrir mão de nenhuma delas, pontuando-as como devem ser: fundação e refundação.

Cada uma tem seu significado e valor histórico, resultado da ação de vários homens que batalharam pelo time o qual você torce hoje.

E este time é um só: O São Paulo Futebol Clube, que é o mesmo desde 1930. Nunca existiu um “São Paulo da Floresta” ou um “SPFCF”. Tal alcunha é de uso tardio, que surgiu em meados dos anos 70 e que se espalhou nos anos 90. O nome, o escudo, os uniformes, todos os símbolos são marcas indivisíveis do único São Paulo Futebol Clube.

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Notícia e Imagens: Site Oficial SPFC