A chegada do internacional português Ricardinho, seis vezes eleito o melhor futsalista do mundo, ao campeão ACCS Paris representa uma “grande valia” rumo à “organização profissional” da Liga francesa.

“Qualquer campeonato do mundo melhoraria um bocadinho com o Ricardinho. Estamos muito contentes pela chegada dele, que dará mais visibilidade ao nosso futsal. A comunidade portuguesa vai ficar muito contente por ter cá o melhor jogador de todos os tempos”, admitiu à agência Lusa o guarda-redes Alexandre Afonso, do Kremlin Bicêtre United, recordista de títulos na elite gaulesa, que acabou de descer ao segundo escalão.

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Ricardinho foi eleito seis vezes o melhor jogador de futsal do mundo. Foto: Foto divulgação

Em 6 de janeiro, o ala e capitão da seleção das quinas anunciou que ia finalizar um percurso de sete temporadas ao serviço dos espanhóis do Inter Movistar para abraçar, a partir de julho, “um desafio diferente” com as cores do ACCS Paris, no qual vai “tentar ajudar na evolução do campeonato”, ainda que os objetivos continuem os mesmos.

“O futsal tem crescido de ano para ano em França. As diferenças que notamos face à realidade portuguesa consistem na falta de profissionalismo dos jogadores, de reconhecimento federativo e de transmissão dos jogos, nem que seja pela Internet ou através das redes sociais”, elencou o atleta de berço parisiense.

A estreia dos “bleus” em fases finais deu-se no Euro2018, conquistado por Portugal, ao somarem um empate com a multicampeã Espanha (4-4) e uma derrota frente ao competitivo Azerbaijão (3-5), resultados que mostram argumentos para o 21.º colocado do “ranking” mundial investir na “organização profissional” da modalidade.

“Falta um pouco de visibilidade para que o futsal possa evoluir, haja pessoas interessadas em investir nele e possamos vir a competir além da primeira eliminatória da Liga dos Campeões”, sustentou Alexandre Afonso, exemplificando com os afastamentos de Toulon, Kremlin Bicêtre e Garges Djibson na ronda principal desde 2016/17.

 

Expetativa pela chegada do astro

Ricardinho, de 34 anos, destacou-se no Benfica e vai experimentar o quinto país diferente, depois de ter representado os japoneses do Nagoya Oceans e os russos do CSKA Moscovo, tendo a oportunidade de abrilhantar a estreia dos Lions d’Asnières na elite europeia, com o estatuto de campeão antecipado da última edição da Liga francesa.

“É bastante competitiva e este ano havia uns cinco clubes com facilidade em lutar pelo título. Só que o ACCS Paris é uma das poucas equipas profissionais e tem jogadores de classe mundial, que fazem muita diferença. Em termos coletivos, são superiores e com a vinda do Ricardinho certamente ficarão mais fortes”, descreveu.

Outros nove jogadores portugueses, incluindo o pivô internacional Leitão, e o treinador Rodolphe Lopes, que orienta o Sporting de Paris, filial do clube de Alvalade, competem na I Liga francesa e aguardam “com expectativa” pela chegada do compatriota Ricardinho, pois defrontar um dos ‘astros’ do futsal mundial é “um sonho para qualquer jogador”.