Espanha e Cazaquistão empataram em 1 a 1 na primeira rodada da Copa do Mundo de Futsal, neste domingo (15), no Uzbequistão. O jogo pelo Grupo D ficou escrito em letras douradas na história do goleiro Leo Higuita, brasileiro naturalizado cazaque.

Os espanhóis viram os adversários abrirem o placar no primeiro lance da partida. A sete segundos, Orazov balançou as redes, no gol mais rápido dos Mundiais neste século.
Segundo estatísticas da Fifa, a Espanha finalizou 19 vezes no gol. Porém, a bicampeã mundial encontrou um paredão com pernas e braços pela frente. Gordillo fez o gol de empate aos 16 minutos da etapa inicial, mas não houve virada.

— Há um ano e oito meses sofri uma lesão na coluna, e teve um tempo em que minha ideia era apenas ter uma vida normal. Já não pensava mais no futsal, apenas em superar no dia a dia o que não estava conseguindo. E estar aqui um ano e oito meses depois, poder fazer boas defesas e ajudar o time nos momentos difíceis, para mim é uma pequena vitória na minha carreira — contou o goleiro em entrevista à Fifa após o jogo.

Carreira
Aos 38 anos, após 14 temporadas, Léo Higuita acabou de deixar o Kairat para atuar no Semey, também do Cazaquistão, depois da Copa. O goleiro será parceiro de time do pivô brasileiro Ferrão, que saiu do Barcelona e também chega no clube a partir deste ano.

Foram 30 títulos com a camisa do Kairat, com 17 Ligas Cazaques, duas Champions League e um Mundial de Clubes. O desempenho levou o atleta a se naturalizar pelo país em 2014.

Nascido no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, Leonardo de Melo Vieira Leite iniciou a carreira no Cabo Frio, onde jogou até 2009 antes de partir para o futsal do exterior. Começou no Tulpar, já no Cazaquistão, e passou pelo Belenenses, de Portugal, para, depois, chegar no Kairat.

Foi eleito por cinco vezes o melhor goleiro do mundo em premiações reconhecidas pela Fifa, pelas temporadas de 2015, 2016, 2018, 2019 e 2020. É a terceira Copa do Mundo de Léo. Em 2021, na Lituânia, o Cazaquistão foi eliminado na semifinal por Portugal, que se sagrou campeão.

“Higuita” ganhou o apelido na infância, no Social Ramos Clube, do qual saiu para a jogar base do Flamengo. A habilidade com os pés fez os amigos lembrarem de René Higuita, colombiano que se destacava pela mesma característica — o goleiro, inclusive, na época no Atlético Nacional, de Medellín, chegou a enfrentar o Grêmio na final da Libertadores de 1995.

O Cazaquistão volta à quadra na Copa do Mundo do Uzbequistão na próxima quarta-feira (18), às 9h30min (horário de Brasília), para enfrentar a Líbia. O duelo é válido pela segunda rodada do Grupo D.
Além do goleiro, os fixos Leo Jaraguá e Douglas Junior são outros brasileiros naturalizados que atuam pelo país. O treinador da seleção também é do Brasil, o ex-jogador Paulo Ricardo Figueiró Silva, o Kaká.
Entenda qual é a ligação do Léo Higuita com o goleiro colombiano que fez sucesso na década de 1990.