Natural de Umuarama, Bruno Vanço, 32 anos de idade, conhece os bastidores do futsal. Supervisor do Corinthians desde 2021, rodou muito antes de chegar no atual campeão da LNF. E rodar é rodar mesmo. Muita estrada no caminho que começou no interior paranaense. São anos dedicados a ajudar as equipes por onde passou. Nesse tempo todo, foi fazendo outras famílias pelo caminho.

Na passagem pelo Umuarama onde iniciou a carreira. Foto: Beto Costa
Bruno iniciou como espécie de “quebra galho” no Umuarama. Foi rodoboy, montador de placar, ajudante de roupeiro, cinegrafista, fotógrafo, , assessor de imprensa, dentre outras funções. Quando se firmou como supervisor, acumulou uma série de responsabilidades. Trata-se de um trabalho que não aparece para o público, mas fundamental internamente nos clubes. Na LNF já são 17 participações desde o Umuarama, passando pelo Jaraguá, Foz Cataratas e, agora, o Corinthians.
“Por mais que seja regionalizada, já viajei bastante. A gente atravessa o país na LNF. São 17 edições e você passa mais tempo fora de casa do que em casa. Por isso se fala em família dentro dos clubes. Cada viagem dessas, almoça, treina, janta com as mesmas pessoas. A gente se conhece bem mais. Antes dava notícias para a mãe por SMS, hoje está mais facilitado pelo whatsapp. Cheguei a fazer 80 jogos no ano e vendo familiares duas vezes só”, descreve.

Em 2917 e 2018 atuou como supervisor no Jaraguá. Foto: Arquivo Pessoal
Nesse tempo todo de envolvimento com o futsal, além de conhecer muita gente, culturas e locais diferentes, Bruno também construiu uma carreira. E nela viu muito craque de perto e acompanhou o surgimento de quem foi brilhar no exterior.
“Peguei o fim da geração do Manoel Tobias. Peguei todo o tempo do Falcão e hoje trabalho com o Deives que é um craque. Vi muitos jogadores surgirem na LNF e saírem para fora como Ferrão. Goleiros vi bastante como o Tiago e o Rogério. Hoje a seleção praticamente só tem jogadores que jogam lá fora. Vi também muitos times surgirem e não se firmarem no cenário nacional. Mesmo sem os craques da Seleção, a LNF é cada vez mais competitiva”, conta.

Ao lado de Clóvis Tramontina, empresário investidor da ACBF e referência no futsal. Foto: Arquivo Pessoal
Longe dos holofotes e experiente na função, Bruno sabe que, ao contrário do futebol, no futsal não é fácil juntar grandes cifras. É preciso suar a camisa e se multiplicar fora das quadras como os jogadores fazem dentro para que o trabalho seja recompensado.
“Os valores são outros, claro. Você consegue viver e pagar as contas, mas não fica milionário (risos). No Brasil não tem a mesma visibilidade que tem o futebol, por isso muitos saem do país pelo câmbio lá fora. Funções administrativas tem mercado que estão se abrindo ainda, mas é raro”, explica antes de fazer uma pequena lembrança para quem pensa que quando não está com computador e planilhas nas mãos, pensa em descansar a cabeça.
“E só pra completar. Conheço de moto mais de 1000 cidades, pelos estados do Sul, São Paulo, Rio e Minas”, conta. Se tem alguém que gosta da estrada é Bruno Vanço.

Bruno viaja o país de moto, seu hobby pessoal. Foto: Arquivo Pessoal