Nesta quarta-feira, o Brasil estreou no Grand Prix de Futsal, diante da Zâmbia, em busca do nono título da competição, que teve 10 edições em sua história. Se, dentro de quadra, as coisas parecem ter voltado ao normal, com Falcão e companhia vestindo novamente a camisa verde-amarela, fora das quatro linhas a situação é difícil, a ponto da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) poder até falir nos próximos meses.
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Quem diz disso é o próprio presidente da CBFS, Marcos Madeira, que foi eleito para o cargo no último dia de março, após diversos escândalos de corrupção. “É um começo muito difícil. Esperava que tivesse ruim, mas está muito pior. Deixaram futsal na lama. Fazer uma marca é difícil, agora refazer é ainda mais difícil. Pode sim, não vou negar (falir). Não acredito porque meus amigos tem me ajudado. Não vamos deixar a peteca cair, mas tem coisas que não depende da gente. Não sei se chego até janeiro”, declarou Madeira ao ESPN.com.br.

As “coisas que não depende da gente” são dívidas originadas as gestões passadas e que não tem condições de serem pagas agora. “Quando chegamos, encontramos só de divida fiscal R$ 1,5 milhão. Só não devemos a quem não perguntamos. Perguntou, estamos devendo. Cada dia apago um incêndio diferente. Volto para casa e não consigo dormir”, ressaltou o mandatário.

Legalmente, a questão da falência é tratada de forma diferente até por advogados. Enquanto Ângelo Ribas ressalta que, como a confederação não é uma entidade com fins lucrativos, sendo então impossível que se enquadre em processo de falência. Ademar Scheffler afirma as federações e confederações são pessoas jurídicas de direito privado, com organização e funcionamento autônomo, estão sujeitas desta forma a insolvência civil, processo semelhantes a falência. Ambos os profissionais são do Centro Esportivo Virtual, grupo de debate sobre assuntos do esporte.

Sem um patrocinador sequer, a CBFS tem conversas para assinar novos contratos nos próximos meses. Dentro de quadra, a seleção vai para sua primeira competição com o técnico Serginho Schiochet, que reassumiu o time em julho. Assim como o craque Falcão, Marcos Madeira se preocupa com o futuro da modalidade e com o surgimento de novos craques.

“Sou do futsal, tenho 40 anos no esporte, e tenho uma preocupação muito grande com categorias menores. Ano que vem já teremos Copa América ou Mundial sub-17. Minha visão como dirigente é que tem que massificar o esporte, quando mais se massifica melhor fica, da quantidade tira qualidade. Os clubes acabaram no país. Se você for procurar clubes para se jogar e colocar as crianças, verá que os clubes acabaram. Tem que colocar prefeitura, escolas, pois se dependermos só do clube não se conseguirá mais”, finalizou o presidente da CBFS.

Notícia: Henrique Munhos
Imagem: Gazeta Press/ Getty Images