O ala esquerdo Pedrinho chegou ao elenco sub-20 do Atlântico nesta temporada como uma aposta. Em poucos meses, contudo, o jogador de 19 anos conquistou espaço no time principal e tornou-se uma promessa para o futuro.
No domingo (22), Pedrinho assumiu uma responsabilidade e tanto: substituir o ala Richard no primeiro confronto da final da Copa do Brasil de Futsal, contra o Fortaleza.
Sem opções para o setor, visto a suspensão do camisa 12 e a saída de Chape para o futsal da Arábia Saudita, o técnico Paulinho Sananduva precisou iniciar e atuar maior parte do tempo com o novato que, no entanto, pouco se intimidou com a pressão do jogo.
O jogador ainda mostrou ter estrela em momentos decisivos. Quando a partida diante dos cearenses estava empatada, aos 16 minutos da segunda etapa, Pedrinho achou uma oportunidade para fazer o terceiro gol dos donos da casa e colocou o Atlântico à frente do placar. Gol esse que ajudou o time gaúcho sair com o resultado positivo na primeira decisão da final: 4 a 3.
— Apesar da minha pouca idade, todos companheiros acreditam muito em mim e no meu potencial. Esse apoio faz total diferença para que eu me sinta confiante dentro de quadra. Na hora do gol, sabia que podia arriscar uma conclusão mais de longe e ainda bem que deu certo. Fico muito feliz em poder contribuir e retribuir a equipe — destacou o ala em entrevista à GZH Passo Fundo.
Agora, o time gaúcho precisa de apenas um empate para ficar com o troféu da Copa do Brasil e conquistar o quarto título nacional de sua história. A partida de volta ocorre neste domingo (29), às 13h, em Fortaleza.
Chegada ao Galo
A carreira do jogador iniciou aos 15 anos, quando foi aprovado em uma peneira do Fluminense. Na sequência, teve oportunidades no Marechal e Praia Clube, até chegar ao Atlântico nesta temporada. Nesse meio tempo também defendeu a seleção brasileira sub-20, na disputa da Liga Sul-Americana de 2023.
— Como iniciei um pouco mais tarde no esporte, eu sempre soube que deveria aproveitar as oportunidades. Fiz uma temporada muito boa no Praia Clube ano passado, a direção do Atlântico gostou e abriu as portas para mim. Apesar de ter chegado aqui com bons números, a direção do clube desempenha um papel muito bom na nossa formação. Eles sempre procuram estar perto e aconselhando, isso faz total diferença — disse Pedrinho.
Nas últimas temporadas, aliás, o time gaúcho optou por contratar jogadores mais novos e que possam virar craques no futuro. A exemplo de Pedrinho, há outros nomes como do fixo Erick e dos alas PL e Salah, recém chegado do Galo.
— Quando vamos contratar um jogador jovem, mapeamos o histórico dele, tanto de lesões, faltas, cartões, para analisarmos a questão disciplinar dele e, também, se nesse processo de transição ajudaram suas equipes a disputar títulos, porque muitas vezes eles chegam na vida adulta sem disputar uma decisão. Caso não tenham, eles podem sentir mais e ter uma dificuldade maior — frisou o supervisor de futsal do Galo, Elton Dalla Vecchia. Ele explicou o processo de contratação e transição do jogador:
— Quando fomos em busca de uma terceira opção para a ala esquerda, gostamos muito do Pedrinho, porque ele já vinha de um histórico bom e de convocações para a seleção brasileira sub-20, o que acabou facilitando. Mas além disso, quando chegou aqui e começou a treinar com as categorias de base, mostrou ser um atleta muito dedicado e entendido, e isso começou chamar a nossa atenção, principalmente do técnico Paulinho Sananduva. Com isso, ele começou a ter mais oportunidades no adulto, até ser de fato efetivado no time.
Com o gol de domingo, Pedrinho chegou aos 12 pela equipe adulta: cinco pela Liga Nacional de Futsal (LNF), três na Copa do Brasil, três na Série Ouro e um na Copa RS. Para Elton, os números por si só demonstram o potencial do jogador.
— O Pedrinho é um caso muito particular porque, na minha visão, em curto prazo, ele será um dos melhores atletas de futsal do Brasil — concluiu o supervisor.