Marlon Araujo tem se divertido bastante deixando os outros nervosos no plantão do Brasil . O fixo e seu parceiro no crime, Pito, têm levado a melhor sobre os supercompetitivos Ferrão e Marcenio em uma série de desafios fora da quadra.
No entanto, não havia ninguém mais nervoso na Granja Comary na última terça-feira do que Marlon. Ele estava grudado em seu laptop para um confronto das oitavas de final do Campeonato Brasileiro de Futsal. O jogador de 36 anos diz que está bem cobrando um pênalti em uma disputa por pênaltis na próxima Copa do Mundo de Futsal da FIFA™, mas assistir seu irmão cobrar um foi excruciante.
O nervosismo de Marlon foi às alturas quando Kauê Araújo disparou sua tentativa para fora. Felizmente para os irmãos, uma defesa impressionante de Andson e um chute frio de Gugu garantiram que Lambão, Rômulo, Jackson Samurai, Bob e outros Leões chegassem às quartas de final.
Depois de implorar a Kaue para não levar outro jogo para os pênaltis, Marlon reservou um tempo para falar sobre assistir ao irmão, o apoio da filha, ser chamado de um dos dois melhores fixos do planeta, a qualidade de Ferrao e Pito e os candidatos ao título do Uzbequistão 2024.
FIFA: Qual foi a sensação de marcar seu primeiro gol na Copa do Mundo contra a República Tcheca em 2021?
Marlon: Foi uma alegria quase indescritível. Só de jogar uma Copa do Mundo foi realmente especial, e ter a oportunidade de marcar um gol foi ainda melhor. Não caiu a ficha naquele momento, mas com o passar dos anos eu lembro com felicidade, sei da importância.
O Brasil perdeu para a Argentina nas semifinais e terminou em terceiro. Como foi a experiência da sua primeira Copa do Mundo?
É uma sensação única jogar uma Copa do Mundo. É tão difícil chegar a uma Copa do Mundo. É uma competição diferente de todas as outras. Chegamos às semifinais, o que foi importante para nós. Obviamente queríamos o título, mas não foi possível. O Brasil é candidato ao título em todas as competições em que entramos. Ficamos muito tristes por não chegar à final. Mas, no geral, foi uma ótima experiência que acho que nos servirá muito bem nesta Copa do Mundo.
Chaguinha nos disse que você e Tomaz são os dois melhores fixos do mundo. Vocês concordam?
Estou muito feliz e honrado em ouvir que Chaguinha disse isso. Bem, acho que estou lá em cima. Não diria que estou entre os dois primeiros, mas acho que estou entre os cinco primeiros, os dez primeiros. Entrar na seleção brasileira é muito difícil, e permanecer nela é igualmente difícil. Como consegui manter meu lugar por um tempo, eu me colocaria entre os cinco primeiros, os dez primeiros. Estou muito feliz em ouvir essas palavras de Chaguinha porque o considero um dos melhores jogadores com quem já joguei. Ele tem muita qualidade e inteligência. As palavras de Chaguinha significam muito.
Existe alguém melhor que o Marlon no salto?
(risos) Acho que há muitos pivôs que são muito bons em calcanhares, mas talvez entre os fixos eu esteja lá em cima. É algo que venho melhorando ao longo da minha carreira. Acho que o futsal mudou muito. Hoje, não acho que você tenha apenas uma função. Muitas vezes, tento me mover para a posição de pivô para criar situações. Acho que ter a capacidade de dar calcanhares é importante, porque há momentos em que você pode tirar vantagem disso. Acho que é uma arma que me ajudou na minha carreira.
Assistência do Nunes para o golaço de calcanhar do Marlon contra a Espanha. 🇧🇷🔥
— CBF_futsal (@CBF_Futsal) April 27, 2023
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Você jogou ao lado de Neguinho no Palma. O que você acha dele como jogador?
Neguinho é um grande jogador. Quando você joga com alguém por um ou dois jogos, não é a mesma coisa que treinar e jogar com algo por seis meses, um ano, dois anos. Eu pude ver que Neguinho tem muita qualidade. Ele já é um dos melhores fixos por aí. Dada a sua idade e talento, não tenho dúvidas de que ele vai se tornar um jogador excepcional.
Quantas seleções você acha que poderiam ganhar esta Copa do Mundo?
Na minha opinião, cinco times: Portugal , Espanha , Argentina , nós e Marrocos . Marrocos tem feito grandes atuações. Jogamos alguns amistosos contra eles. Perdemos um deles. Eles são um time muito difícil de vencer. Eles venceram a Espanha em um dos amistosos recentes. Eles cresceram muito e, para mim, estão na briga pelo título. Obviamente outros times podem entrar na briga, mas acho que será um desses cinco times.
O que você acha de Ferrão e Pito?
Eles são realmente diferentes do que estamos acostumados a ver no futsal. Eles podem ganhar um jogo num piscar de olhos. Eles podem produzir dribles e jogadas individuais incríveis. Eles são realmente decisivos. Acho que temos muita sorte de ter não um, mas dois jogadores no nível deles.
Nova Santa Rita é uma cidade muito pequena. O que significaria para o seu povo ganhar a Copa do Mundo?
Acho que minha cidade tem em torno de 30 mil habitantes. É bem pequena. Praticamente minha família toda mora lá. Eu cresci lá, tenho muitos amigos lá. Recebo muitas mensagens das pessoas de lá. É muito legal, significa muito para mim. Acho que ninguém da minha cidade jogou pela seleção brasileira, então isso já é grande. Acho que a maioria das pessoas da minha cidade sabe quem eu sou, me segue, me apoia. A Copa do Mundo é a maior competição que existe. Ganhar seria incrível para mim e para as pessoas da minha cidade.
Sua filha tem sete anos agora. Como ela se sente sobre você jogar na Copa do Mundo?
Acho que ela começou a entender mais. Eu digo a ela: ‘Quando o papai está de amarelo, ele está representando o Brasil, nosso país.’ Ela entende agora. Ela sabe quem são todos os jogadores porque passo muito tempo com eles. Expliquei que vou jogar na Copa do Mundo, a competição mais importante que existe. Ela estava feliz e triste. Feliz por eu estar onde mais quero estar, representando a Seleção na Copa do Mundo, mas triste por ficar longe por um longo tempo.
Seu irmão, que também é jogador de futsal, é outro grande fã…
Como ele é um jogador, ele tem total compreensão de tudo que eu passo. Ele me apoia muito. Acho que ele sente as mesmas emoções que eu. Ele sofre o mesmo ou até mais. Eu sofro mais vendo ele do que jogando. Tenho assistido aos jogos dele enquanto estou na Seleção. Semana passada, o Fortaleza estava jogando nas oitavas de final do Brasileiro. Fiquei muito nervoso durante o jogo. Foi para os pênaltis. Fiquei mais nervoso vendo ele cobrar um pênalti do que eu mesmo já fiquei! Felizmente, o Fortaleza venceu. Estou muito feliz por ele por tudo o que ele está conquistando, e sei que ele me apoia muito também.
Por fim, você está confiante de que o Brasil pode vencer o Uzbequistão 2024?
Acho que estamos muito bem preparados para vencer esta Copa do Mundo. Acho que há muitos obstáculos no nosso caminho, mas acho que nossa preparação para esta Copa do Mundo foi muito melhor do que para a última. Tudo foi ideal. Acho que o Brasil sempre tem muitos talentos. Acho que o que melhoramos foi jogar coletivamente. Marquinhos não convocou muitos jogadores nos últimos três anos. Isso nos ajudou a desenvolver um entendimento. Nós nos conhecemos muito bem. Acho que somos melhores em jogadas organizadas, trios, bolas paradas. Acho que somos mais completos. Um segundo, um erro pode custar caro no futsal. Acho que temos talentos individuais e acho que somos muito melhores coletivamente do que éramos há três anos. Vamos ganhar a Copa do Mundo? Espero que sim. O que tenho certeza é que entraremos nela perfeitamente preparados para chegar às semifinais, à final e ganhar o título.