Assim que desembarcar nos Estados Unidos, o que deve acontecer antes do dia 7 de novembro, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, vai começar a se defender das acusações de ter “recebido e repartido propina” que o levaram para a cadeia em Zurique no dia 27 de maio. Até então, tratava-se apenas do processo de extradição aos EUA, não do caso em si.
Até que o caso seja concluído, Marin tem a expectativa de ficar em prisão domiciliar, a exemplo do que acontece com Jeffrey Webb, ex-presidente da Concacaf, encrencado no mesmo escândalo de corrupção. Webb também foi preso em Zurique e aceitou ser extraditado para os EUA – o local onde mora não é informado, mas sabe-se que está com uma tornozeleira eletrônica e só pode circular num raio de 20 milhas (32 quilômetros). Jeffrey Webb pagou uma fiança de US$ 10 milhões. A defesa de Marin ainda não fala sobre possíveis acordos com a Justiça dos EUA.
Segundo documentos públicos do Estado de Nova York, Marin é dono do apartamento 41D na Trump Tower, localizado no número 725 da Quinta Avenida – esquina com a Rua 56, pertinho do Central Park e no em meio a lojas de grife. Uma empresa do dirigente, chamada Swanfield Ltd, com sede nas Ilhas Cayman, comprou o apartamento no dia 21 de novembro de 1989 por 900 mil dólares. A compra se deu um ano depois de Marin deixar a presidência da Federação Paulista de Futebol, que ocupou de 1982 a 1988. Hoje, o imóvel do cartola em Nova York está estimado em R$ 10 milhões.
Ter uma casa nos EUA foi um fator definitivo para Marin aceitar a extradição. Outros cinco cartolas presos juntos com ele em Zurique recorreram da decisão da Suíça de enviá-los para os EUA. São eles Costas Takkas (Ilhas Cayman), Eugenio Figueredo (Uruguai), Rafael Esquivel (Venezuela), Julio Rocha (Nicarágua) e Eduardo Li (Costa Rica).
Notícia: Martín Fernandez
Imagem: Divulgação/Daniel Marenco