Jornal de Beltrão
O diretor-executivo Daniel Nekel fala em atuação mais descentralizada e traça metas para os próximos anos.

Ao ser anunciado como diretor-executivo do Pato, em novembro, Daniel Nekel fez muito mais do que um movimento de sair da posição de patrocinador — uma vez que a empresa que ele administra é uma das que aportam recursos na equipe —, ele também se tornou um representante da torcida a estar gerindo o clube que, na temporada 2023, teve como ponto alto a conquista do Campeonato Paranaense Série Ouro.

No entanto, o fato de um torcedor ter assumido posto de gestão da equipe não chega a ser uma grande novidade pelos lados da equipe de futsal de Pato Branco,  embora o que se tem observado desde a chegada de Nekel é mais o lado profissional de gestão, do que o torcedor inflamado por seus desejos. Contudo, ele adverte que sabe, e que vai levar em conta, os desejos da torcida, mesmo que as medidas adotadas não sejam sempre aquelas esperadas.

Uma prova de que o lado torcedor está, pelo menos neste momento, distante do gestor, são as contratações anunciadas pela equipe no final deste ano para a temporada 2024. Dos que vestiram a camisa do Pato em 2023, Djony, Alysson, Caio Barros, Duduzinho, Ian, Moura, Gê, Paulinho Lessa, Adeilson e Micael, seguirão no próximo ano.

Já com relação a chegadas, a promessa é de que não se tenha nas contratações um grande nome, como ocorreu neste ano,  embora o diretor-executivo garanta que o Pato foi ao mercado focado em montar um elenco competitivo.

Neste processo, o treinador Betinho, que deixou o São Miguel Futsal para assumir a equipe adulta do Pato, teve participação na escolha do elenco, juntamente com a gestão 2023. Por sua vez, a participação de Nekel na composição do elenco, segundo ele, se resume ao regresso de Eduardo Júnior de Abreu, conhecido como Malinha pela torcida pato-branquense, e “de uma revelação da série Prata, que estava em Mariópolis, vice-campeão em 2023”.

Com relação à ausência, nas contratações, de um nome de peso — o papel de referência deverá ser exercido pelos jogadores renovados —, Nekel afirma que este movimento, sim, pode ser visto como um comportamento da nova gestão. “Apesar de não trazer um grande nome para 2024, o Pato precisa e está montando um time bastante competitivo, até pelas disputas que teremos pela frente, e precisamos, ainda em 2024, que o torcedor entenda que o Pato tem um passivo [aproximadamente R$ 1,2 milhão] que está sendo cumprido em dia, e que vai até a metade de 2025.”

Nova mentalidade

No novo movimento do clube pato-branquense, a prioridade que está sendo dada é para a estrutura que sustenta a equipe. “O Pato Futsal manterá para 2024 a sua base [sub-17, 18 e 20], que é referência no Brasil em investimento”, assegura o diretor, ao completar que o elenco sub-20 vai disputar a Liga Nacional da categoria.

Ele ainda acrescenta que, com essa mentalidade, o clube passa a investir em comissão técnica, preparador físico e de goleiros para a base, somando-se ainda a uma reestruturação na forma de pensar o futsal de modo mais descentralizado.

No novo modelo de gestão, o Pato passa a ter um conselho, composto por nove membros, que inclui integrantes da gestão 2023 e novos nomes. “Este conselho vai estar por trás das grandes decisões do Pato”, comenta Nekel ao falar em sistema de governança “bem estruturado, com cada um na sua responsabilidade”.

Em temos de transparência de gestão, Nekel afirma que “o Pato não é meu, não é do conselho. O Pato é do pato-branquense e dos que colocam R$ 1 que seja para ajudar o clube”, dando assim a entender que a saúde financeira da equipe será esclarecida a todos que buscarem conhecer a realidade.

Nova arena

Mesmo o Município tendo afirmado recentemente que deseja entregar a nova arena multiuso Claudio Petrycoski ainda nos primeiros meses de 2024, a gestão do Pato Futsal vem entendendo que ela estaria disponível para a equipe no segundo semestre do próximo ano.

Com capacidade de até 10 mil pessoas, Nekel destaca que o projeto permite uma das características marcantes hoje no Dolivar Lavarda, o caldeirão, como é chamada a pressão imposta pela torcida nos jogos. “O modelo do ginásio vai continuar mantendo a torcida perto da quadra”, lembra o gestor falando que, quanto a uma possível alternância de mandar jogos na nova estrutura com o Dolivar Lavarda, vai da gestão municipal, de acordo com o uso dos espaços.