Em determinados momentos, os números são o retrato frio de alguma indigesta verdade. No caso dos maiores vencedores dos 25 anos de existência da Liga Nacional de Futsal, eles sinalizam a força principalmente de duas equipes e o crescimento de uma terceira marca dentro da enorme competitividade do torneio mais difícil da modalidade. Foram 12 campeões diferentes até hoje. Desses, ninguém mais subiu no ponto alto do pódio do que a ACBF, de Carlos Barbosa. Foram cinco conquistas.
“Participei de quatro, três como atleta e como supervisor no de 2015. Só o de 2006 eu não participei. Além de quatro títulos, cheguei na final em quase todas as vezes”, recorda Lavosier, hoje supervisor da equipe. O ex-goleiro escolhe um título dentro os mais importantes que conquistou da competição: “2009 poderia ser por ter feito o gol, mas o de 2001 abriu a porta para todos os outros. Tive uma participação decisiva em muitas partidas. E foi o primeiro nacional também, isso marcou muito.”
Logo depois da ACBF aparece o Jaraguá com quatro canecos. Assim como o Rio Grande do Sul, o futsal em Santa Catarina, principalmente no interior, é marca registrada dentro da Liga Nacional.
“A força do Jaraguá está na sua torcida, na sua Arena, o templo do futsal brasileiro como nós aqui consideramos. Fora isso, a força também está na cidade de Jaraguá do Sul que respira futsal e na camisa alvinegra pesada. Assim como a laranja da ACBF, é uma camisa muito respeitada a nossa alvinegra”, observa Márcio Menezes, supervisor do clube.
No quesito campeão, a Ulbra/RS ocupa a terceira posição com três troféus, seguida pelo Atlético-MG, Pato, atual bicampeão e a Intelli, com dois títulos. Os times paulistas, aliás, mostraram a força do estado na última década.
“Entendo que a Intelli já esteve entre as maiores forças até 2016. Após perder o patrocinador master vem buscando parceiros que a façam trilhar de novo por esse caminho. Faltam mais conquistas, pois entendo que o estado é o maior revelador de atletas para o cenário nacional. Contudo, recentemente teve a própria Intelli, e hoje por que não entender que o Sorocaba e o Corinthians possam ser protagonistas? Em resumo, entendo e tenho experiência disso, investimento e organização é tudo para que os títulos venham”, aponta o supervisor Cidão.
A Intellli disputou 4 finais e ganhou duas. Nunca ficou em terceiro. Líderes no pódio, também estão juntos na quantidade de aparições entre os 3 primeiros. ACBF e Jaraguá: o primeiro com 5 títulos, 3 vices e 2 bronzes; o segundo com 4 títulos em 6 finais disputadas, além de ter ficado em terceiro outras quatro oportunidades. A Ulbra/RS conserva a terceira colocação com oito pódios: 3 vices e 2 terceiros, além do tri campeonato. O laranja e o amarelo são as cores de maior destaque na aquarela da Liga.
“Com certeza ao lado da ACBF são as maiores marcas da LNF. Fizemos finais épicas contra eles, não somente na LNF. Temos muitos títulos assim como eles. Além de serem as maiores marcas, são as equipes mais tradicionais. Evidente que existem outras marcas gigantes: aqui no estado tem o Joinville, fora exemplos como o Corinthians e recentemente o Pato, são grandes forças também”, comenta Márcio, do Jaraguá.
Para quem já esteve dentro de quadra, ficar de fora tende a ser angustiante. A adrenalina não é a mesma de quem não veste mais o uniforme de jogo. Por mais perto que continue do calor e da adrenalina da partida, há uma espécie de sentimento de impotência.
“É pior porque eu não tenho o controle do que acontece. De fora, só posso aumentar a probabilidade de que todos tenham êxito, mas dentro, as ações são diretas. E como goleiro, tinha condição de fechar o gol ou ocasionar um erro que levasse a derrota. Na maioria das vezes, eu entrava em quadra com uma coisa na cabeça: em jogos decisivos tem que pegar as possíveis, as impossíveis e fazer um milagrezinho também.” Explica o supervisor da ACBF, Lavosier.
A edição histórica dos 25 anos da LNF aguarda os desdobramentos da pandemia do coronavírus para ver que forma terá de disputa. O certo é que candidatos ao título e a emoção de cada partida não faltarão.