Depois de cinco anos defendendo as cores do Atlântico, João Paulo deixará o time de Erechim. O goleiro, que foi alvo de injúria racial no dia 30 durante a semifinal do Gauchão de Futsal, em Espumoso, confirmou neste sábado (7) que seu contrato não foi renovado. Segundo o clube, a decisão pela liberação do atleta foi tomada antes do caso de injúria racial.
— Tenho mais uns processos para falar sobre essa situação (da injúria racial), mas hoje eu me sinto bem, graças a Deus. Esses cinco anos que eu tive no Atlântico foram muito felizes para mim. Consegui conquistar coisas boas — destacou o jogador após a final da Série Ouro, que foi vencida pela ACBF, em cima do Galo, em Carlos Barbosa.
Ele foi reserva de Ale Falcone em seu último jogo pelo Atlântico, mas entrou para defender uma das cobranças de tiro livre da equipe laranja, na prorrogação.
O jogador disse que ainda não definiu onde irá atuar em 2025.
Injúria racial
Sobre o caso de injúria racial na semifinal do Gauchão, João Paulo afirmou que prefere “não pensar” sobre a situação neste momento.
— Esse lado ruim a gente tem que deixar de lado mesmo e pensar só nas coisas boas. Agradeço a toda a minha equipe, que esteve do meu lado para me apoiar, para me incentivar a levantar a cabeça, meus amigos e todos que me passaram alguma energia positiva — completou.
Ele lamentou a decisão do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), que puniu o Atlântico com a eliminação da competição da Liga Gaúcha por ter abandonado a quadra após o jogador sofrer insultos racistas por parte de um torcedor do Guarany, em Espumoso.
— A justiça não foi feita, ou seja, eu acredito que deveria ter uma punição mais severa, porque isso vai continuar acontecendo, né? Infelizmente, a gente foi desclassificado de uma competição que era importante para nós — disse o goleiro.
— A equipe do Guarany, enquanto isso, se classificou. Tomaram R$ 10 mil de multa e perderam dois jogos de mando de quadra. Isso aí é como tirar sarro da gente — emendou.
O atleta revelou que após chegar em casa, depois do jogo em Espumoso, não conseguiu tirar o fato da memória.
— Eu ficava me perguntando, mas por quê, o que eu fiz para merecer isso? O que a gente fez? A gente não fez nada, cara. A gente não merece isso, é difícil de dizer, mas eu fiquei com um sentimento de tristeza e angústia.