A virada histórica do Atlântico-RS para cima do Joinville-SC nos segundos finais da decisão da Liga Nacional de Futsal (LNF) há exatamente uma semana vai demorar para sair da cabeça do pivô Rick, da equipe gaúcha. Se é que vai sair.
Foi dele o passe para o segundo gol do time de Erechim (RS), marcado por Chape, a nove segundos do apito final. O feito garantiu o título inédito da Liga ao Atlântico e ao próprio Rick, de 30 anos.
– É um reconhecimento que ainda não tinha tido. Sendo campeão nacional, a visibilidade aumenta muito. Está sendo bacana esse momento e agora é desfrutar, porque é muito difícil de chegar, de vencer a Liga. Aos poucos vai caindo a ficha, vai sabendo o que fez, o que conquistou. Já assisti ao lance mais de 100 vezes, já decorei todos os momentos que aconteceu – afirmou o jogador.
Natural de Sertãozinho (SP), o pivô passa férias com família na cidade do interior paulista, onde iniciou a carreira aos 17 anos nas categorias de base do time do município. Os dias em casa tem sido intensos após a conquista.
– Ainda não caiu a ficha ainda. Não consegui responder todo mundo ainda. Ainda estou me adaptando também, porque agora é muita entrevista, podcast, fui homenageado pela prefeitura de Sertãozinho. Está sendo muito bacana.
Explosão da final
Para Rick, o dinamismo do futsal possibilita momentos como os vividos no último domingo, mas é preciso estar atento às situações para tomadas rápidas de decisão.
– Não sabia ao certo quanto tempo faltava, mas sabia que faltava pouco tempo. Quando recebi a bola ali, passaram várias coisas na cabeça, outros lances, alguns outros lances parecidos que já aconteceram. Quando a bola sobra em mim eu penso: “se passar pelo fixo é gol”. Fui muito feliz no lance, na tomada de decisão e o passe passou onde deveria ser passado para sair o gol.
Após a virada, os jogadores reagiram de forma distinta. Houve quem não acreditasse no que estava acontecendo e atletas que explodiram de alegria. No meio disso tudo, ainda era necessário ficar atento porque restavam nove segundos de jogo.
– A comemoração diz por si só. Eu correndo com a mão na cabeça sem acreditar. O Chape parou por dois, três segundos porque não sabia o que fazer, se corria, se gritava. A gente teve que conter um pouco a euforia para não desconcentrar dos nove segundos finais, mas foi uma emoção muito grande. E depois do apito a gente comemorou, extravasou – relembrou.
Antes de chegar ao Atlântico em 2021, Rick passou pelo Dracena, Marechal Rondon-PR e São Sebastião do Paraíso-MG dentro do Brasil, além de um ano na Espanha e um ano e meio em Portugal. De acordo com a experiência dele, a Liga Nacional de Futsal brasileira é uma das mais fortes do planeta.
– A Liga Nacional é uma das mais difíceis do mundo, por ter jogado fora. Aqui todo ano que começa a Liga a gente não sabe quem vai ser campeão porque é bem equilibrado.