Vincenzo Spedicato é fundador, dono e presidente da Intelli/Orlândia, finalista da Liga
Finalista da Liga Futsal após eliminar o Corinthians pelo quarto ano consecutivo, Intelli/Orlândia tem no massagista a chave para seu sucesso. É bem verdade que não se trata de um atendente qualquer: ele está sempre em trajes sociais, dá cambalhotas e não faz ideia de como ajudar um jogador com dores…
Não é segredo: Vincenzo Spedicato nunca massageou ninguém em sua vida. Mas foi a única forma que o fundador e dono da equipe de Orlândia encontrou para ficar no banco de reservas durantes os jogos. É de lá que o mecenas dos bicampeões brasileiros fez da cambalhota sua marca registrada no futsal.
“É espontâneo. Cambalhota, estrela, pirueta… Sei lá como se chama. Juiz já quis me expulsar, já foi até tema de congresso técnico do Paulista da Liga. Tem gente que comemora pulando, eu comemoro de cabeça para baixo”, disse o comendador, como Spedicato gosta de ser chamado, ao ESPN.com.br.
Sua última pirueta foi dada na última segunda-feira, em Uberaba, no terceiro gol de Orlândia contra o Corinthians. Depois daquilo, seu time ainda levou o empate, mas assegurou a classificação para a quarta final consecutiva de Liga Futsal, sempre eliminando a equipe alvinegra paulista. Seria sorte?
“O esquema empresa é muito mais eficiente do que o esquema clube. O time deles hoje é composto 60% de ex-jogadores meus e tecnicamente bom. O que atrapalha é a torcida organizada. No nosso jogo, por exemplo, foi a organizada de Uberlândia, que só estava interessada na cerveja”, opina o empresário.
O início – O “esquema empresa” em Orlândia começou há mais de quarenta anos. Nascido em Veglie, na província de Lecce, Itália, e formado em engenharia elétrica em Bari, Spedicato veio ao Brasil para permutar o serviço militar obrigatório por dois anos de trabalho em um país em desenvolvimento.
O italiano conheceu a cidade de Orlândia em 1971. Esteve ali para coordenar a implantação de uma central telefônica. Dois anos mais tarde, criou a Intelli, empresa de terminais elétricos; e, em 1977, nasceu a Associação Desportiva Classista Intelli, para representar o esporte que virou paixão para Spedicato.
“Minha relação com futebol de salão remonta a 1969, quando o conheci. Queria levar para Europa. Achava o esporte perfeito, porque é indoor, e lá é frio nove meses por ano. Aqui, via condições ideais para montar indústria, e depois meu hobby. Quando montei a empresa, me chamaram de louco.”
No começo, o time de futsal reunia apenas funcionários da Intelli. A equipe, no entanto, foi crescendo, até que, em 2003, veio o primeiro título estadual profissional. A Liga Futsal, então, virou objetivo. Em 2012, com a chegada do craque Falcão, o sonho virou realidade: já são dois títulos e quatro finais – incluindo 2015.
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“Sempre prensei que, em tudo que entramos, temos que pensar em ser melhores, e assim estamos fazendo. Perguntam se tenho retorno, e digo que, quando se casa, não se imagina o quanto de gasto haveria no casamento. Se faz pela paixão, e assim é com o time também”, compara Spedicato.
Mais um troféu? – Depois dos títulos de 2012 e 2013, Orlândia perdeu Falcão e também a final de 2014, justamente para Sorocaba, nova equipe do camisa 12. Na quarta decisão consecutiva, que começa a ser disputada nesta segunda-feira, às 19h (de Brasília), Spedicato desafia outro “esquema empresa”.
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