Um chute forte que exige defesa ágil não vira gol pelo toque com a mão espalmada. O goleiro olha a bola sair da quadra e da arquibancada vem o grito: “Vai, Baranha”. Aí sim o arqueiro cerra os punhos e comemora o feito. A cena parece comum, mas os poucos segundos são o bastante para determinar a relação forte que há entre o jogador e os torcedores do Jaraguá, time de futsal da cidade de mesmo nome, no Norte de Santa Catarina.
Para o arqueiro, há um presente imediato que ele e seus companheiros de equipe perseguem: o primeiro lugar no Grupo A da segunda fase da LNF. O plano é bater o São Paulo, fora de casa, na próxima rodada, e torcer para que Orlândia fique para trás. Desta forma, Jaraguá teria assegurada a chance de jogar pelo menos as quartas e as semifinais em casa, numa arena para sete mil torcedores e que não baixa de ao menos dois terços da lotação.
– Queremos o primeiro lugar e acreditamos em um tropeço do Orlândia. Nós acreditamos, somos fortes. Mostramos nossa força em casa, com a Arena quase lotada, que fica muito bonita. Este é um clube de grande porte e temos que estar em primeiro – decretou o goleiro.
Baranha tem 30 anos e apareceu na equipe no ano passado. Faz pouco tempo, mas o bastante para que acabasse com qualquer desconfiança. Afinal, o goleiro natural de Horizontina (RS) vinha de uma história sólida no Joinville, arquirrival de Jaraguá. No entanto, superada qualquer ponta de desconfiança, ele quer retribuir o carinho e os gritos de incentivo que recebe a cada intervenção importante.
– Quando cheguei no ano passado, tinha um certo receio por eu ter jogado antes no Joinville. São rivais tradicionais e fazem um clássico com muito peso. Achei que teria algum preconceito por eu ter jogado no rival, mas pelo contrário, fui bem recebido, e me identifico muito com a camisa. Sair de Jaraguá pra mim seria difícil, passei dos 30 e espero terminar a carreira aqui. Se eu estiver rendendo e o Jaraguá quiser, eu vou ficar.
Notícia e Imagens: João Lucas Cardoso