O trabalho de recuperação de jogadores lesionados foi fundamental para o Brasil na conquista do hexa da Copa do Mundo de Futsal. Cinco nomes tiveram lesões antes ou durante a competição e mesmo assim conseguiram entrar em quadra na final. Entre eles estão Ferrão e Rafa Santos, que marcaram os gols da vitória sobre a Argentina, por 2 a 1, na decisão.

– Fiquei feliz em termos conseguido colocar os atletas em quadra em jogos tão importantes. A recompensa veio com os gols, os bons desempenhos e principalmente o título. O mérito é de cada um que se entregou na preparação e durante a competição, principalmente dos atletas que não mediram esforços para se recuperarem e estarem em quadra – destacou o fisioterapeuta da seleção, Kleber Barbão, ao ge.

Autor do primeiro gol na final, Ferrão teve uma lesão muscular na posterior da coxa direita ainda na primeira fase da competição. Já Rafa Santos machucou o joelho nas quartas de final diante do Marrocos e correu o risco de ficar fora dos jogos decisivos da semifinal e final, mas conseguiu entrar em quadra.

– Tem um cara que eu tenho que agradecer é o nosso fisio, o Kleber, me salvou. Acho que em qualquer lugar que eu estivesse no mundo, eu não ia conseguir jogar. Mas ele falou que eu iria jogar, que minha lesão não iria aumentar, que meu joelho poderia inchar, ele ia liberar, eu jogaria de novo. Fiz um trabalho forte com ele, deu certo e pude ajudar nessa conquista – disse Rafa Santos.

Leto Ribas
Pito faz trabalho de recuperação para poder jogar a final | Foto: Leto Ribas/ CBF

Outros nomes passaram por situações parecidas. O ala Marcenio teve uma lesão muscular na posterior da coxa esquerda e também se recuperou e foi peça importante nas partidas decisivas. O também ala Lino sofreu uma lesão muscular antes da competição e conseguiu disputar a Copa do Mundo.
Atual melhor jogador do mundo, Pito teve uma lesão muscular no treino antes do confronto com a Costa Rica, pelas oitavas de final, e a chance de ficar de fora da reta final era grande. Ele conseguiu se recuperar e entrar em quadra na decisão.

– Acredito que todos tem a sua relevância, pois cada jogador tem sua função e um protagonismo nas partidas. Ferrão e o Rafa foram importantes nas quartas e nas semis, fizeram os gols na final. O Marcênio deu o passe para o gol do Ferrão. Mas o caso do Pito foi marcante, pelo tempo curto de reabilitação e por ser o atual melhor do mundo e conseguir contribuir na final – comentou Kleber Barbão.

Leto Ribas
Fisioterapeuta da seleção de futsal, Kleber Barbão | Foto: Leto Ribas/ CBF

A comissão técnica do Brasil contou, pela primeira vez, com a presença de dois fisioterapeutas em uma Copa do Mundo de Futsal. O trabalho foi focado tanto na prevenção, quanto na recuperação.
– O trabalho utilizado na reabilitação dos atletas podemos dizer que é mais ativo. Utilizamos técnicas próprias de terapia manual, estímulos funcionais com princípios da biomecânica, fisiologia e neurociência, o que dá dinamismo ao trabalho e ao mesmo tempo confiança ao atleta – pontuou Barbão.

– Feliz que a fisioterapia vem sendo reconhecida no meio esportivo, mas acredito que o resultado positivo é uma somatória de vários fatores, como a troca de experiência e trabalho integrado com os outros profissionais da comissão técnica que somam ao processo de reabilitação – finalizou.

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Ferrão comemora gol – Brasil x Argentina na final do Copa do Mundo | Foto: Getty Images