Um dos principais nomes da seleção brasileira durante toda a campanha da Copa do Mundo de Futsal, Willian foi crucial para a conquista do hexacampeonato do Brasil no último domingo (5). O goleiro fez uma partida espetacular contra a Argentina, com intervenções precisas, que garantiram a vitória verde e amarela por 2 a 1. Das 25 defesas da decisão, o camisa três da seleção destacou a mais importante:
– Teve uma no primeiro tempo que foi dentro da área, em um contra-ataque. O jogador da Argentina recebe a bola, dá o passe, e eu consigo defender ela com o braço direito. Eu acho que essa foi uma defesa muito importante porque, se não me engano, estávamos com o 1×0 no placar. Ela nos deu tranquilidade até o final do 1° tempo.
Paredão! Veja defesas de Willian que salvaram o Brasil na final da Copa do Mundo de Futsal.
O lance descrito por Willian aconteceu a pouco mais de seis minutos do fim do primeiro tempo da decisão. O placar, na verdade, já apontava 2 a 0 para o Brasil, mas isso não apaga a importância da defesa. O goleiro, aliás, poderia ter escolhido vários outros momentos em que salvou a seleção verde e amarela na decisão do Mundial.
A atuação fez com que Willian fosse eleito o grande destaque do clássico entre Brasil e Argentina e ainda garantisse o prêmio de melhor goleiro da Copa (Luva de Ouro). Mais conquistas para um jogador apontado como o melhor do mundo na posição em 2023.
Além das defesas e de ter ajudado o Brasil a sofrer só seis gols no Mundial, Willian também chamou atenção dos torcedores por agarrar sem luvas. Em papo com o ge, o goleiro explicou a decisão de deixar as mãos livres:
– No futsal, é normal os goleiros não usarem luvas. São poucos os que usam hoje em dia, por questões técnicas mesmo. A bola de futsal é menor que a de campo. Então, sem luvas, a bola encaixa melhor na mão, e o lançamento sai mais preciso. A bola também não é tão viva quanto no futebol. Ela amortece mais nas mãos, e gostamos de sentir isso. O Guitta é o único que usa luvas, mas vai de gosto. O goleiro de campo normalmente usa luvas. No futsal, é diferente, simbólico. Tem um grande valor, e acho que faz parte do show.
Mas não é só de futsal que vive Willian. O goleiro de 29 anos nasceu em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Desde pequeno, se interessou por esportes radicais, como skate. Quando conheceu a esposa, Rafaella, foi apresentado pelo sogro ao surfe, esporte que conquistou o coração do jogador.
A paixão pelas ondas é tão grande, que o surfe esteve nos pensamentos de Willian durante a Copa do Mundo. Talvez pela distância que hoje separa o goleiro do mar. Depois de uma longa passagem pelo Joinville, no qual virou ídolo, o atleta brasileiro se transferiu para a Rússia no início de 2024 e passou a defender o MFK Norilsk Nickel, time sediado em uma cidade distante da praia.
– Durante a semana toda, pensei assim: “se pudesse me aposentar hoje e ficar com a minha família o resto da vida tranquilo, morando na praia e surfando, eu faria isso,”. Como não podemos ainda, vamos trabalhar mais um pouco. Tem mais uma Copa do Mundo pela frente, e precisamos nos apresentar ao clube na próxima semana. A nossa vida é essa. Fomos campeões do mundo hoje, daqui uma semana nos apresentamos ao clube. Vamos comemorar, com certeza. Mas, daqui uma, duas semanas, voltamos a trabalhar, porque quem quiser sonhar com vaga no grupo da próxima Copa do Mundo, vai ter a mesma luta dos outros anos.