Colômbia, 21 de setembro de 2016. O futsal brasileiro perdia nos pênaltis para o Irã e ficava fora do pódio pela primeira vez depois que o Mundial passou a ser promovido pela Fifa.
Muita coisa mudou depois daquela decepção. Houve uma profunda renovação na seleção brasileira e apenas quatro dos 16 convocados para o Mundial da Lituânia, que será realizado no mês de setembro, estiveram na Colômbia – Guitta, Rodrigo, Dyego e Dieguinho.
O comando da equipe também passou por mudanças, e Marquinhos Xavier substituiu Serginho Schiochet. Nesse período, o técnico catarinense foi campeão do Grand Prix de Futsal de 2018 e esteve à frente das conquistas da Liga Sul-Americana de Futsal de 2017 e 2018.
O que esperar do Mundial da Lituânia?
O Brasil, como sempre, parte como um dos favoritos e tem um caminho relativamente mais tranquilo até as semifinais. Os dois craques do time são de Santa Catarina: Ferrão e Pito, ambos de Chapecó. Eles também jogam na mesma posição – pivô –, mas Marquinhos pode encontrar uma maneira de colocá-los juntos, com Pito fazendo uma ala.
A experiência de Rodrigo e a qualidade de Gadeia e Dyego também serão pontos importantes para a nossa Seleção. Não temos mais os “deuses” do futsal, como Vander Iacovino, Manoel Tobias e Falcão. Por isso, o conjunto será mais importante do que em outros tempos.
Marquinhos Xavier teve uma atitude muito inteligente ao chamar dois treinadores para ajudá-lo na missão de recuperar o trono mundial: Ferretti e Paulinho Cardoso. O primeiro, mítico técnico dos melhores times do Brasil neste século, acrescenta experiência e comando de grupo, e Cardoso, especialista em jogadas ensaiadas, vai ser o responsável pela estratégia nas bolas paradas.
A Espanha, junto com o Brasil, também está entre as candidatas ao título. O time é muito homogêneo e conta com os goleiros Jesus Herrero e Juanjo, herdeiros de Luís Amado, um dos maiores goleiros da história. Mellado, revelação da última Liga Espanhola, deve ser protagonista no time comandado por Fede Vidal. Não podemos esquecer da experiência de Ortiz, a habilidade de Adri e a potência de Chino.
A Rússia tem uma mescla interessante de jogadores locais e brasileiros naturalizados. Foi finalista em 2016 e, mais uma vez, aparece como favorita para estar entre as melhores. Talvez seja a maior ameaça para brasileiros e espanhóis.
A Argentina, a atual campeã, tem qualidade e aplicação tática, mas não vejo com tantas opções para surpreender novamente. Portugal depende muito do estado do seu melhor jogador, Ricardinho, que ficou afastado das quadras se recuperando de lesão. Se estiver bem, corre por fora.
Surpresas
Cazaquistão, que tem muitos jogadores brasileiros naturalizados, entre eles o goleiro Higuita, especialista no jogo com goleiro-linha, e o Irã, carrasco do Brasil no campeonato passado, são outras equipes que podem aparecer entre os primeiros.
A bola, que um dia já foi mais pesada, vai rolar a partir de 12 de setembro. A nossa torcida será para o Brasil voltar ao lugar mais alto do pódio.