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França segue na luta pelo título. Foto: Divulgação

Toda grande equipe precisa de sorte. Às vezes muita sorte. É bom também ter um craque. Mas uma campeã mundial precisa de mais do que isso. Contra a Inglaterra, a França deixou claro que vai muito além de Mbappé. E por isso é o melhor time dentre os quatro finalistas e favorita ao título da Copa do Mundo.

O camisa 10 não deixou de ser o protagonista da seleção. Mas, no jogo mais difícil até aqui, teve a sua pior atuação. Com cinco gols nas quatro partidas anteriores, terminou o 2 a 1 contra os ingleses com apenas uma finalização. Memes com Mbappé no bolso de Walker seriam amplamente compartilhados se o resultado fosse outro.

Didier Deschamps escalou o mesmo time que venceu bem a Polônia nas oitavas de final. Está claro que é essa a formação preferida do treinador, que também a utilizou na segunda rodada, contra a Dinamarca. No entanto, no seu principal desafio deste Mundial, sofreu mais.

O time francês teve só 36% de posse de bola no jogo. Nada surpreendente para quem espera o momento ideal para disparar ao ataque com Mbappé e Dembélé. Mas, contra os ingleses, essa arma foi abafada. Artilheiro da Copa do Mundo, o atacante do PSG só chutou uma vez, aos 39 do primeiro tempo

A França conseguiu o seu gol quando trabalhou a bola da esquerda para a direita e abriu espaço para o belo chute de Tchouameni. Mas a equipe de Didier Deschamps não encontrou o lance perfeito para seu golpe fatal. E dependeu do talento de um dos seus jogadores. Que não foi o camisa 10.

Griezmann mais uma vez foi o todo-campista que tem sido nesta Copa do Mundo e um dos destaques da seleção. Após o passe para o primeiro gol, fez o cruzamento perfeito no gol de Giroud aos 33 do segundo tempo, desafogo para uma seleção que era pior na partida e se via muito ameaçada naquele momento.

A França avança para tentar o bicampeonato seguido, algo inédito desde o Brasil em 1962. A boa campanha não surgiu apenas pela sorte do pênalti perdido por Kane, pelas defesas de Lloris e o talento de Griezmann. Mas pela eficiência e organização do time. Mesmo que não com a agressividade que o elenco permite.

“Existe também a mente, a experiência que te permite administrar. Tenho jovens inexperientes, mas há uma força coletiva que emerge. Conseguimos resistir até ao fim”, resumiu o técnico Didier Deschamps.
A França passou em seu grande teste da Copa do Mundo com eficiência, trabalho de equipe e talento de seus coadjuvantes. Não foram necessárias arrancadas de 35km/h ou finalizações precisas de Mbappé. Imagine quando tudo funcionar?

A França desta Copa do Mundo tem uma ideia de jogo muito clara. Especialmente contra seleções do nível da Inglaterra. Os atuais campeões do mundo têm uma postura passiva. Esperam e não se incomodam de ver o rival no seu campo. É tudo planejado. Mas tem seus riscos.

Pela primeira vez neste Mundial, o time titular da França teve menos posse de bola e finalizações que o rival. Os atuais campeões do mundo seguem vivos graças às defesas de Lloris, à precisão de Tchouaméni e de Griezmann, e à eficiência de Giroud. E, claro, também à infelicidade de Harry Kane na cobrança do segundo pênalti.