Aos 40 anos, Paulo Henrique Zanardo Mendonça dos Santos, o Cabreúva, está entre os jogadores mais experientes da edição 2024 da Liga Nacional de Futsal. Dono de uma carreira longeva, que passou por diversos clubes do Brasil e do exterior e que inclui títulos pela Seleção, o jogador se reinventou nos últimos anos, trocou de posição em quadra e tem brilhado com a camisa do Praia Clube nesta temporada. 

Cabreúva ainda sonha com o título. | Foto: Bruno Cunha

Com Cabreúva como uma das referências, a equipe de Uberlândia chegou neste ano entre os quatro melhores da LNF pela primeira vez na história. Praia Clube e Umuarama se enfrentam neste domingo, às 11h, no Paraná, pelo jogo de ida das semifinais. A volta é no domingo seguinte, no mesmo horário, no ginásio G3.

De ala para fixo

Ao ge, Cabreúva explicou sobre a mudança de posição de ala para fixo, transição que ocorreu nas últimas temporadas, segundo ele, por causa da idade. Ele celebrou o novo momento na carreira e a chance de ajudar o Praia defensivamente. Antes do início das semifinais, o atleta aparece como o oitavo melhor da Liga em desarmes, com 270 bolas roubadas em 24 jogos. 

— Infelizmente, com a idade, a gente vai perdendo a força, vai perdendo a rapidez. Eu dependia muito disso para jogar de ala. Hoje, o futsal está muito físico, principalmente para jogar de ala, para ir pro um contra um. Então, a pessoa precisa estar muito bem fisicamente. E, graças a Deus, eu sempre tive essa leitura, de jogar sempre na frente do pivô, de ter um passe bom pra frente, para desafogar a defesa. Ter leitura de marcação, que o fixo hoje precisa muito disso.

“Com 40 anos, estar podendo jogar uma semifinal de Liga Nacional, o campeonato mais difícil do mundo, estar podendo ajudar, não só disputar, mas podendo ajudar bastante a minha equipe, estou muito feliz. Não tenho o que reclamar”, afirmou.

Para o experiente jogador, o apoio dos companheiros de time também é fundamental para o bom desempenho dele e do Praia Clube em quadra. O time chega à fase decisiva com a segunda melhor defesa do campeonato: foram 38 gols sofridos, um a menos que o Umuarama, rival na semifinal. 

— Eu tento ser aquele treinador para o Alemão [técnico do Praia Clube] dentro da quadra. Aquele cara que conversa bastante. A molecada do Praia, que é um time novo, me ouve bastante. Isso aí me ajuda muito, principalmente porque eu fico na linha de trás no quadrante. Então, eles me escutam bastante, isso ajuda dentro do jogo.

Natural de Jundiaí, no interior de São Paulo, Cabreúva passou por diversos times de peso no Brasil, como Tubarão, Corinthians, Atlântico, Orlândia, Jaraguá, Campo Mourão, Pato e Passo Fundo, além do Praia Clube. Pelo Orlândia, foi campeão nacional em 2013. No exterior, também jogou no Azerbaijão, na Holanda, no Cazaquistão e na Itália. 

Em terras italianas, o brasileiro afirmou ter sido vítima de calote em 2019, quando defendeu o Maritime Futsal. Na época, ele alegou que atuou por três meses pelo clube da cidade de Augusta e não viu a cor do dinheiro. 

O bom desempenho no meio da década passada o levou para a Seleção Brasileira. Em 2016, conquistou a Liga Sul-Americana pelo Brasil. Com a Amarelinha, também foi campeão do Grand Prix. 

Com mais de 20 anos dedicados ao esporte profissional, Cabreúva afirmou que ainda não sabe quando vai pendurar as chuteiras, mas que estuda para se tornar treinador quando optar por encerrar a vida de atleta. 

— Eu vou ano a ano. Já estou em uma idade que a gente não pode prolongar muito o nosso pensamento, nossos planos. A gente tem que viver ano a ano. Ainda pode acontecer alguma coisa de lesão, um monte de coisa que a gente pode passar. Mas hoje eu quero jogar mais um ano. Eu estou já tentando fazer o curso de treinador. Acho que eu levo o jeito pra isso. Vim conversando bastante com o Alemão [técnico do praia Clube] sobre isso. Mas não sei quando. Hoje eu não quero parar.

“Eu estou desfrutando, curtindo o momento ainda. Estou me sentindo bem dentro de quadra. E estou podendo ajudar. Enquanto eu estiver assim, eu não paro”, concluiu.