Neste domingo, o técnico Cidão, bicampeão da LNF pelo Orlândia, viajou ao Japão para ministrar mais uma clínica de futsal para atletas mirins e técnicos profissionais da “Terra do sol nascente”.
Embora esta seja a oitava passagem do treinador pelo oriente, algumas características dos japoneses ainda dificultam o aprendizado e uma certa evolução no esporte. Cidão comenta que todos são muito disciplinados, ouvem atentamente as instruções, mas seguem à risca, prejudicando uma jogada de ataque, por exemplo, que poderia ter mais variações e acabam sendo robotizadas e previsíveis pelas inúmeras repetições.
– Eles têm que aprender a improvisar, usar as próprias características. Eles têm mobilidade, obediência, mas ficam preocupados em seguir as orientações e não saem disso. Trabalhei em 2006 num time com a Liga Japonesa. Existiam três ou quatro variações para uma cobrança de falta ensaiada e eles faziam apenas a primeira. Eles são muito obedientes e isso acaba atrapalhando – comentou o treinador, que não aprendeu a falar o japonês.
Ele admite não ter essa preocupação porque o curto período e a presença de um tradutor acabam facilitando. Mas além de apreciar a cultura, algumas características peculiares como o respeito e a admiração pelo trabalho dos brasileiros o deixam encantado pelo país.
E além de passar todos os ensinamentos, Cidão acredita que sua bagagem de experiência e aprendizado acaba sendo mais valiosa e compensadora.
– Sempre falo com meus amigos. Cada vez que vou, trago um aprendizado. Se nosso país tivesse 5% da educação que eles têm, seríamos uma nação perfeita. Cada vez que vou trago uma lição diferente. Eu deveria escrever um diário para anotar tudo porque muitas vezes esqueço alguma lição do dia a dia – comentou Cidão, que retorna ao Brasil no dia 22.
As atividades no Orlândia estão marcadas para reiniciar no dia 25 de janeiro.
Notícia: Cléber Akamine
Imagens: Arquivo pessoal