Há cinco anos, o filme se repete para o Corinthians na Liga Nacional de Futsal. O time chega às semifinais e é eliminado. Foi em 2012, porém, que a equipe alvinegra conheceu seu grande “fantasma”: Intelli/Orlândia, responsável pelas últimas três quedas e novamente rival no duelo desta segunda-feira, às 19h30.
Será a quarta vez consecutiva que as duas equipes decidem uma vaga na decisão. Desde a primeira vitória de Orlândia, no entanto, muita coisa mudou. Principalmente, em quadra, com algozes do passado virando esperanças de classificação para o Corinthians – e vice-versa.
Na semifinal de 2012, a primeira da trinca entre os times, Caio, Deives, Guitta e Marinho vestiam a camisa de Orlândia. Três anos depois, os quatro são jogadores do Corinthians. Na via oposta, Cabreúva e Jackson representavam o time de Parque São Jorge e hoje estão do outro lado.
E não para por aí. Lukaian também estava no Corinthians em 2012, mas foi dispensado (junto com o ala Jackson) em 2013 e se transferiu para Orlândia. Em 2014, inclusive, foi dele um dos gols que eliminaram o time alvinegro no Parque São Jorge – hoje, o pivô está no Kairat, do Cazaquistão.
No atual elenco da equipe do interior paulista, além de Cabreúva e Jackson, também são ex-Corinthians o goleiro Deivd e o pivô Douglas. Na eliminação alvinegra de 2014, o primeiro foi outro a ficar marcado, errando saída de bola e partindo para cima do juiz após gol de Orlândia no último segundo.
“Quando você troca de camisa…”
Hoje no Corinthians, Marinho viveu as três semifinais recentes, sempre com a camisa de Orlândia – que vestiu por nove anos. Dificuldades financeiras na equipe do interior paulista, no entanto, o fizeram respirar novos ares. Para ele, claro, o duelo desta segunda tem um sabor especial.
“Tenho um carinho muito grande com todo mundo lá, mas a partir do momento que você troca de camisa, tem que defender da melhor maneira”, disse o fixo, em entrevista ao ESPN.com.br, já sentindo a pressão de uma equipe que foi eliminada às portas da decisão da Liga nos últimos cinco anos.
“Nosso time (Orlândia) sempre foi muito frio, soube jogar com o regulamento. E a gente sentiu que tinha essa pressão no Corinthians. Isso pesava lá dentro. Quando cheguei aqui, vi que acontece mesmo. Na Liga Paulista, a gente via no semblante, na conversa com jogadores, não um medo, mas certa preocupação”.
O encontro na liga estadual, lembrado por Marinho, aconteceu no início de outubro. Os rivais fizeram a decisão da competição, com o Corinthians levando a melhor em plena Orlândia. No reencontro com o ex-time, o fixo não teve problemas, mas Guitta, outro “vira-casaca”, não teve a mesma recepção.
“Com o Guitta foi mais pesado, xingaram bastantes. Mas não dá para falar que foi a torcida de Orlândia. Foi meia dúzia… O Guitta tem que ser respeitado, acho que nenhum jogador vai fazer o que ele fez lá, o que ganhou. Pela forma, o desempenho… Depois do jogo, muita gente veio abraçar, falar que sente saudade.”
Hoje em Orlândia, Cabreúva também teve problemas com a ex-torcida. Depois de marcar para a equipe local, se virou para os corintianos e provocou, dizendo que os visitantes não seriam campeões no ginásio Maurício Leite de Moraes. Depois, com o título alvinegro, chegou até a ser ameaçado pela internet.
Rivalidade viva
Desde a semifinal de 2012, o fixo Ciço é o único remanescente no elenco de Orlândia. No Corinthians, só Simi, Leandro e Rafa não trocaram de time. As constantes trocas de elenco, no entanto, não impediram o crescimento da rivalidade entre as equipes, como evidenciado nos últimos encontros marcados por hostilidades.
Nesta segunda, o encontro decisivo acontece, às 19h30 (de Brasília), em Uberaba – o ginásio de Orlândia não tem capacidade suficiente para o jogo. Na ida, no Parque São Jorge, empate em 3 a 3. Em caso de nova igualdade, a partida vai para a prorrogação, em que o Corinthians terá a obrigação de vencer.
O vencedor da semifinal enfrentará Carlos Barbosa na grande decisão. No domingo, a equipe do Rio Grande do Sul eliminou o atual campeão Sorocaba, do craque Falcão, com vitória por 7 a 5 no tempo normal e 3 a 1 na prorrogação. As finais estão previstas para acontecer em 23 e 30 de novembro.
Notícia: Thiago Cara
Imagem: ESPN