Uma parceria que começou dentro das quadras e que se fortaleceu fora delas. Os técnicos de futsal Cassiano Klein e Marcio Coelho se conhecem desde quando eram atletas da modalidade, nos anos 2000, e agora o destino fez com que tivessem a oportunidade de trabalhar lado a lado. Cassiano, 38 anos, está à frente do Cascavel Futsal masculino e Marcio, 45, do Stein Cascavel Feminino. Os gaúchos, com passagem em times de Santa Catarina na carreira, agora se reencontraram no Oeste do Paraná.
– Já conhecia o Coelho, mas em 2009 tive a primeira oportunidade de jogar com ele quando defendi a equipe de Chapecó. Ele era o capitão e já tinha premissas de treinador desde aquele tempo. Orientava muito bem aos companheiros, contou Cassiano.
Por outro lado, uma das primeiras lembranças que Coelho tem do amigo nas quadras é marcante.
– Ele chegou ao time já na reta final da competição. Na semifinal, estávamos perdendo, ele entrou e incendiou a partida. Nosso time cresceu, virou e fomos para a final, recordou.

Cassiano Klein e Marcio Coelho são treinadores e amigos, mas já estiveram em lados opostos. Foto: Arquivo Pessoal
E foi assim que a “química” entre os dois começou a dar muito certo.
– Consegui ter uma grande aproximação porque eu também pensava em ser treinador. Começamos a conversar muito sobre a parte tática e estratégica. Criamos um vínculo forte, completou Cassiano.
Futsal de Cascavel no topo
Coelho é natural de Pelotas e tem muita experiência dentro da modalidade. Ele foi atleta, jogava como ala e fez história em Chapecó.
– Comecei com oito anos nas escolinhas e encerrei a carreira aos 37. Foram 17 anos jogando profissionalmente.
Como treinador tem passagens no Brasil, pela Female/Chapecó, Chapecoense Futsal (masculino), Adell-SC. Em 2019 e 2020 comandou o ADS Salinis, clube italiano, mas precisou voltar ao Brasil por causa da pandemia do coronavírus. Atualmente, além de técnico do Stein Cascavel, é também técnico da Seleção Brasileira de Futsal Feminino Sub-20, e auxiliar técnico da adulta.
Para o time do Oeste, a proposta é ambiciosa.
– Vamos disputar a Liga Nacional, junto com as grandes forças, além do Paranaense, que hoje é considerado um dos estaduais mais competitivos do país. Vamos trabalhar muito, para podermos ser competitivos, e chegar o mais longe possível em todos os campeonatos, explicou.
Cassiano é de Machadinho e teve uma trajetória de 16 anos como atleta, com passagens por diversos times, ente eles Vasco da Gama, Banespa, Joaçaba e Foz do Iguaçu. Versátil, atuou como fixo, ala e pivô. Em 2012 pendurou as chuteiras de salão e passou os meses seguintes se aprofundando na parte teórica. Em 2013 estreou como treinador, no Joaçaba, onde permaneceu até 2018. A característica de se manter por longo período no comando de uma equipe, algo raro também no futsal, se mantém no estado do Paraná.
– Cheguei em 2019 em Cascavel com um grande projeto e contrato até este ano, mas já renovamos e sigo aqui até 2023, contou.
Amigos e rivais
A confiança entre eles é tanta que na opinião de ambos não há nenhum problema em dividir os conhecimentos. Tanto que é algo habitual entre eles, desde quando se tornaram técnicos, é discutir estratégias.
– Compartilhando ideias, crescemos juntos, destaca Coelho.

Trabalho de ambos nas quadras já os levaram para vários lugares. Foto: Arquivo Pessoal
Eles mantém um grupo ativo no whatsapp com técnicos de várias partes do mundo e que o nome é Fórmula 1, mas não por causa do automobilismo.
– O pessoal é ligeiro. É o dia todo falando de estudos e estratégias. É muita informação.
Mas como fica em caso de uma disputa direta entre os dois? Quando passaram para o lado de fora das quadras, como treinadores, logo de cara eles se encontraram como adversários. Em 2013, Cassiano tornou-se treinador da equipe de Joaçaba, enquanto o amigo de Chapecó.
– Já nós enfrentamos no passado. Ele venceu duas vezes, e eu uma. A próxima é minha vez, disse rindo.
Buongiorno, amigo
Em 2019 Coelho foi para a Itália treinar a equipe ASD Salinis, na cidade de Margherita di Savoia, que fica a cerca de 380 quilômetros de Roma. O fuso-horário é de quatro horas, mas o que parecia ser um empecilho para a conversa deles, acabou se tornando um fator de maior proximidade.
– Acordava às 7h lá, tomava café e quando era 8h, antes de ir para o treino, eu pensava: quem já deve estar acordado às 4h da madrugada no Brasil? Com certeza o Cassiano! É o cara que acorda mais cedo no mundo do futsal. A gente fazia vídeo-chamada e estudávamos juntos, relembrou.
O amigo confirma o hábito de começar o dia em um horário pouco convencional.
– Eu tenho o hábito de acordar às 4h da manhã, era um horário que a gente conseguia trocar bastante informação, por chamadas de vídeo. Todos os dias conversávamos. Gerou uma confiança ainda maior, garantiu.
Quando a chance de se reencontrarem surgiu, os amigos aproveitaram a oportunidade de trabalharem juntos, lado a lado, pela primeira vez.
– Estou muito feliz para oportunidade de ele estar próximo, agora diariamente seguimos trocando informação e sei que esse vínculo vai aumentar ainda mais, finalizou o técnico do Cascavel Masculino.
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