Natural de Recife, Richard cresceu praticando também o beach soccer. E chegou a ser um atleta de sucesso na modalidade na juventude, sendo até convocado para a seleção pernambucana nas categorias de base.
“Até hoje tenho dois amigos que são da seleção brasileira de beach soccer, o Felipe Silva e o Rafael Padilha. Um é ala, o outro é goleiro. Eu brinco com o Felipe Silva, falo pra ele ‘eu te botava no banco, hoje você é o que é no beach soccer (risos)’. Uma referência em Pernambuco para todos nós. Mas eu jogava, cheguei a ir para a seleção pernambucana”, contou ele ao UOL.
Richard tentou se arriscar também no campo, mas o futsal sempre foi sua preferência. E onde mais se destacava. Assim, conseguiu ganhar bolsas de estudo e ajudas de custo mais vantajosas em relação aos outros esportes.
Tudo isso graças ao desempenho no Sport, seu clube do coração. Foram 13 anos atuando pela equipe da qual hoje é “apenas” um torcedor fanático.
“Sou torcedor fanático mesmo, infelizmente não dá mais pra acompanhar como antes, de estar no estádio. Mas sempre vejo pela TV. Sempre quando eles jogam em Chapecó, eu vou assistir aos jogos. Sofro bastante (risos), mas esse ano está dando alegrias e espero que volte pra elite do Brasileirão”, contou.
Sucesso no Sul do país
Richard chegou ao Sul do Brasil, centro mais forte do futsal no país, em 2014, para atuar em Santa Catarina. Desde então, nunca mais deixou a região.
Ele também passou pelo Paraná e está no Rio Grande do Sul desde 2020. Mas precisou se adaptar também dentro de quadra para ter sucesso.
“No começo, foi difícil a adaptação, mais pelo frio e pelo clima. E também eu era muito magrinho, tive dificuldade com o porte físico. Eu tirava vantagem na velocidade. Muitas quadras aqui são pequenas, tinha jogo muito difícil pra mim por conta do meu porte físico. Aqui é um futsal mais forte. Mas consegui pegar uma massa muscular e deu tudo certo”, explicou.
Briga pela artilharia
O ano de 2023 é disparado o melhor em gols marcados na carreira de Richard. Uma mudança bastante positiva para o ala, que atuou nas últimas três temporadas no Carlos Barbosa, maior rival do Atlântico.
“Está sendo um ano maravilhoso pra mim, é o ano que mais fiz gols na Liga. Isso não fiz sozinho, é muito do trabalho do time e do trabalho individual também. Mas passa muito pela equipe mesmo, pela forte marcação, de ser um time veloz. Encaixa muito bem com o meu jogo. Os gols estão saindo por esses encaixes, que estão dando certo”, analisou.
Richard é o artilheiro da Liga Nacional de Futsal, com 20 gols em 20 partidas. O segundo colocado, Charuto, do Magnus, tem 16. Terminar no topo da lista não chega a ser um objetivo para o ala, mas não deixa de ser um sonho.
“É uma briga bacana. É muito difícil estar no topo da artilharia da LNF. Eu nunca visei a artilharia, os gols acontecem naturalmente. Eu brinco que prefiro trocar um gol pela vitória quando a gente perde. Mas já que estamos ali, vamos brigar pra esse ano conquistar o título e a artilharia junto. Seria muito importante pra minha carreira”, completou.