Jornal de Beltrão

Profissional trocou os gramados pelas quadras. Foto: Profissional trocou os gramados pelas quadras

Ex-jogador de futebol, o beltronense Dionatan Marcelo da Rosa, 29 anos, promete bons resultados à frente do Beltrãozinho, em 2022. Treinador da equipe desde a sua fundação, em 2016, ele a fez tornar-se referência estadual nas categorias de base.

Nesta temporada, além de oportunizar o que considera a “chance da vida” de dezenas de garotos, espera consolidar o próprio nome entre os principais treinadores do Estado. Em entrevista ao Jornal de Beltrão, o jovem comandante recordou o início no esporte, com a experiência como jogador de futebol, o período no Marreco e a campanha no Braguá, de Santo Antônio do Sudoeste.

Carreira no futebol

Antes de ocupar espaço à beira das quadras, Dionatan tentou a sorte no futebol. Polivalente, foi zagueiro, volante e lateral. Passou pelas categorias de base do Paraná Clube, mas a carreira não decolou.

“O futebol é mais complicado. Não possui todo o glamour que se imagina. Tem muita coisa errada. Quando saí do Andraus, com 17 anos, tinha um contrato assinado para ficar até o sub-20, mas preferi aceitar a proposta para jogar o profissional pelo Prudentópolis. Não atuei. O treinador não gostava do meu estilo de jogo. Rodei, rodei e voltei para Francisco Beltrão. Parei cedo e não me arrependo. Fiz a escolha certa.”

Ele explica o que considera “coisa errada” nos gramados. “Os empresários atrapalham muito. Vi técnicos com interesse em colocar determinados atletas para receber algo em troca. No futsal dificilmente há isso. Joga quem tem as melhores condições.”

Futsal: começo no Marreco

Apesar da desilusão, Dionata nem por isso afastou-se do esporte. Em 2012 iniciou a faculdade de Educação Física. A primeira oportunidade como treinador surgiu na base, no Atletas do Futuro, do presidente Altamiro Dias, o “Fio”.

Dois anos mais tarde, foi contratado para compor a comissão técnica do Marreco. Durante sete anos de clube, comandou o sub-20. No adulto, atuou como preparador-físico. Também foi auxiliar-técnico e quando o treinador titular se ausentava, era ele quem assumia o comando. Foi assim na Série Ouro de 2018, num dos mais memoráveis ‘Clássico das Penas’.

“Perdíamos por 5×1. Então coloquei goleiro linha, que é algo que gosto de usar muito, e conseguimos o 5×5.”

Experiência na Série Bronze

Dionatan já trabalhou como técnico de uma equipe adulta no Campeonato Paranaense. Em 2019, numa parceria com o sub-20 do Marreco, o Braguá, de Santo Antônio do Sudoeste disputou a Série Bronze com Marcelo como comandante. O time chegou à 2ª fase, mas o comandante saiu antes. “A equipe não treinava, só ia pro jogo. Então, não quis continuar, até porque eu estava focado na base. Foi no ano que fui pra Taça Brasil. Não vejo a passagem pelo Braguá com uma experiência ruim. Tive aprendizado, só não foi da forma que esperava. Sem treinamento, o técnico pouco pode fazer.”

Com dois clubes de Francisco Beltrão no profissionalismo, Dionatan Marcelo sabe que as comparações serão inevitáveis, mas não as teme. “Não dá pra comparar uma equipe da Bronze com outra da Liga Nacional. O Marreco, inclusive, se beneficiará com essa nossa chegada. Meus jogadores são garotos. No futsal, não tem contrato. Quem paga, leva, então iremos formar jogadores para eles.”

A média de idade do Beltrãozinho é de 18 anos. “Não vamos investir em atletas mais velhos”, garante o treinador. Ele detalha ainda que apenas três jogadores são da cidade. “O objetivo é dar oportunidade aos meninos de até 19 anos. Não são atletas profissionais.”

Com tanta expectativa depositada no Beltrãozinho, Dionatan reconhece que o acesso à Série Prata é o foco, mas não o principal objetivo. “A prioridade é oportunizar aos meninos uma competição adulta. Não queremos ter lucro, mas oportunidades. Muitos grandes atletas, na base, pararam por falta de um sub-20 ou oportunidade no adulto.”

Chance da minha vida

Ele vê o desempenho na Série Bronze como oportunidade para se firmar no cenário nacional. Trabalhando com garotos da geração 2004 há seis anos, venceu três estaduais – fato inédito na região Sudoeste. Em 2019, foi vice da Taça Brasil, competição na qual volta a dirigir o time em 2022. Dionatan soma mais de 100 títulos – desde o sub-9. “Quero ser treinador profissional. Tive oportunidade em 2021, quando houve proposta de uma equipe da Série Prata, inclusive. Com o Beltrãozinho é diferente, é especial. Os garotos estão comigo há quase dez anos. Quero levá-los ao profissionalismo.”

Pré-temporada

Os treinamentos da equipe começam no dia 24 de janeiro, segunda-feira. O estadual, de acordo com a Federação Paranaense de Futsal (FPFS), a 1ª rodada está prevista para 26 de março, um sábado. Além da Terceirona, o ano reserva para o Beltrãozinho a Taça Brasil Sub-18.