
Léo Gugiel tem a clássica história do jovem apaixonado por “jogar bola”. Entretanto, ele integra uma pequena porcentagem daqueles que puderam realizar o sonho de ser jogador profissional.
E foi no interior gaúcho que tudo começou. Ainda jovem, rumou ao futsal europeu e conquistou espaço em um dos principais clubes de futsal do mundo. Aos 29 anos, ele descreve o momento como o melhor de sua carreira.
Da Serra a Portugal
Natural de Guaporé, na Serra Gaúcha, Léo Gugiel tem o futsal na veia desde criança. Entre os 5 e 17 anos, defendeu a AGE Guaporé, time que atualmente participa da primeira divisão do Gauchão. Depois, defendeu a ADS, de Sananduva, e conquistou a Taça Brasil, em 2015.
Após duas temporadas, chegou à ACBF e pôde realizar a transição para a categoria profissional. Sem muito espaço, foi contratado pelo Joaçaba, equipe em que foi campeão catarinense e teve a oportunidade de disputar a Liga Nacional de Futsal (LNF).
Foram dois anos e meio em Santa Catarina, que atraíram olhares do futsal russo, mais precisamente do Tyumen, equipe que contou com o goleiro por três temporadas. Em 2022, chegou ao poderoso Benfica e, em pouco tempo, conquistou espaço em um dos principais times do continente europeu.

A adaptação em outro continente
Por mais adaptado ao frio da Serra Gaúcha, ter que enfrentar Tyumen, na Sibéria, não foi fácil. Mesmo assim, Léo Gugiel conseguiu se destacar no clube russo, a ponto de chamar a atenção do Benfica.
A chegada em Portugal foi mais simples no quesito adaptação. Segundo o gaúcho, as semelhanças com o Brasil, entre elas o idioma, facilitaram o processo.
— É uma cultura muito mais parecida com a brasileira, com a nossa gaúcha também. Acho que também não tem interferência, não tem o bloqueio da língua. É uma língua muito parecida com a nossa, muda muita pouca coisa, mas é coisa que no primeiro dia você já consegue se comunicar com todo mundo, bem diferente do que acontecia na Rússia — lembra Léo Gugiel, que chama o país carinhosamente de “um Estado brasileiro”.
— A principal diferença entre o futsal português e o brasileiro é a dinâmica de jogo. Uma coisa que eu não gosto do futsal brasileiro é o tanto que demora para acontecer uma partida. Uma partida que é para durar uma hora e meia acaba passando de duas horas — explicou.

Melhor momento da carreira
Recentemente, o goleiro foi campeão português e destaque da competição. Após cinco temporadas de hegemonia do rival Sporting, o Benfica voltou a vencer o campeonato, e Léo Gugiel foi premiado como o melhor jogador e melhor goleiro da final. Na decisão, o Benfica venceu o Sporting por 4 a 3.
— Acho que já tive outros ótimos momentos, mas é aquela coisa. Às vezes o ótimo momento, ele também vem com o resultado. E agora com o resultado de campeão, claro que fica mais em evidência. Então, podemos considerar sim que é o meu melhor momento da carreira — respondeu o goleiro gaúcho.
O bom momento também é atribuido ao fato de nunca ter tido graves lesões. Além disso, ele reforça que vestir a camisa do Benfica é a realização de um sonho.
— Quem é mais próximo de mim sabe que sempre foi um sonho meu jogar no Benfica, tanto que quando eu tive a primeira proposta, eu fiz de tudo para ir. E graças a Deus hoje eu posso defender um clube que é gigante, gigante mesmo — concluiu Gugiel, que revelou a existência de tratativas para aumentar o vínculo com o clube por mais duas temporadas.
Sobre a seleção brasileira, o jogador vinha sendo convocado até 2023, ano em que foi campeão da Copa das Nações. Ele conta que uma das principais metas do momento é retornar à equipe, e garante que trabalha para isso.
— A gente sempre trabalha pensando em colher frutos com a seleção brasileira. Esperamos sim voltar em breve, já estou há pouco mais de um ano sem ir mais para a Seleção Brasileira. Claro que a gente fica na expectativa, mas sabendo que tem que estar dando resultado no clube — concluiu Léo Gugiel.