Female Futsal
Índia em ação pelo Female Futsal

O apelido Índia estampado na camisa carrega o orgulho que a jovem Hydren Vitória, de 20 anos, tem de sua origem indígena. Mas é no outro lado do Brasil que a atleta, natural de Capanema, no interior do Pará, tem construído a sua história.

A ala do Female Futsal, de Chapecó, em Santa Catarina, é uma das artilheiras da Liga Feminina de Futsal, com dez gols. É o grande destaque da equipe, já classificada para a semifinal.

“Sinto muito orgulho de estar onde estou. No começo, não foi fácil. No Pará, eu treinava com meninos, não tinha escolinha feminina, tinha torneios e eu ficava de fora por ser menina. Mas meus pais, meus amigos e amigas, não me deixaram desistir. Estou muito feliz. No começo, sempre é difícil, e eu consegui passar por essa barreira. Me sinto muito realizada de estar onde estou”, contou ela.

Representatividade e exemplo

Índia teve uma infância no Pará apegada às raízes. Os treinos no futsal se alternavam com atividades como a caça e a pesca.

Naquela altura, a garota nem sonhava que alguns anos depois serviria de exemplo para muitas outras meninas.

“Acredito, sim, que tem meninas que se inspiram em mim. Nos jogos mesmo ou as que mandam mensagem no Instagram, falando que um dia querem me conhecer, que querem me ver jogar. Isso me motiva muito. Não dá pra acreditar nisso, eu tenho 20 anos e vejo as meninas mais novas falando que se inspiram em mim. É um orgulho, eu não achava que com 20 anos alguém se inspiraria em mim, mas tem sim que sem inspire e fico muito feliz com esse tipo de mensagem”, falou.

E os feitos no futsal também são motivo de orgulho para a jogadora, que no ano passado foi campeã sul-americana pela seleção brasileira.

Conmebol
Índia comemora gol pela seleção

“Eu sinto muito orgulho de mim, da pessoa que estou me tornando, das fases que estou passando e não chegar ao nível de desistir. Mas confesso que já pensei várias vezes em desistir. Em 2022, joguei na seleção sub-20, fui campeã sul-americana. Venho me destacando muito neste ano, não dá pra acreditar. Ainda sou sub-20 e jogando no adulto, ser artilheira da LFF é surreal. Fico muito feliz de fazer um ano tão bom”, explicou.

E entre tantas conquistas recentes, uma delas foi vestir a camisa 12 da ídola Amandinha na seleção e receber a “benção” da jogadora.

“Amandinha é minha ídola no futsal. Quando joguei na seleção sub-20, joguei com a 12. Um dia ela me ligou, me motivando, falando pra eu honrar aquela camisa. Eu me senti muito feliz quando recebi aquela mensagem de carinho, ela me inspira muito”, completou.