O futsal no Brasil era outro quando o Magnus surgiu no cenário do esporte nacional – e internacional -, há dez anos. Prova disso é que, desde a fundação do clube, em 2014, nenhuma outra agremiação levantou tantas taças.
Idealizado pelo maior jogador de futsal de todos os tempos, Falcão, o Magnus mostrou a que veio logo na temporada de estreia, com os títulos da Liga Paulista e Nacional. Desde então, a lista só aumentou: Libertadores, Mundial, Sul-Americano, Supercopa, Taça Brasil e Copa do Brasil, por exemplo, estão nela.
Foi assim que, rapidamente, a equipe recolocou a cidade de Sorocaba em destaque no esporte. E, mais do que isso, passou a brigar com gigantes que, até então, tinham um legado que parecia inalcançável dentro do futsal brasileiro, casos de Carlos Barbosa e Jaraguá.
Relembre abaixo a vitoriosa trajetória do Magnus:
Primeiro ano de sucesso
O Magnus foi fundado em 2014 por iniciativa do craque Falcão que, à época, era a principal estrela do elenco da equipe. Mas ele não era o único. Além do camisa 12, o time contava com nomes de peso como Rodrigo, Xuxa, Tiago e Foglia, entre outros.
A gestão ficou por conta do CEO – até hoje – Fellipe Drommond e o patrocinador ao longo dos primeiros dois anos seria a empresa de bebidas Brasil Kirin.
Sem poder atuar na sua cidade sede nos grandes compromissos – já que a Arena Sorocaba, em construção à época, teve as obras atrasadas devido ao desabamento da cobertura -, o time precisou mandar jogos na cidade de Paulínia, a mais de 100 quilômetros de distância.
Mas apesar das dificuldades, a primeira temporada não poderia ser mais vitoriosa: além do título da Liga Paulista, a equipe conquistaria de maneira heroica a Liga Nacional, com uma virada espetacular sobre o Orlândia na prorrogação. Falcão ainda seria o artilheiro daquela edição da LNF com 19 gols.
Legado internacional
Após surgir e se firmar no cenário nacional, o Magnus ganharia o mundo nos anos seguintes. Primeiro com a conquista do título da Libertadores, em 2015, superando o Boca Juniors na decisão com dois gols de Falcão.
Na temporada seguinte viria a primeira das três conquistas do Mundial. Em 2016 e 2018 (ainda com Falcão no elenco), a equipe do interior paulista venceria os compatriotas do Carlos Barbosa na decisão. Na primeira conquista, inclusive, o ponto alto foi a semifinal, contra o Barcelona, na qual o goleiro Tiago protagonizou uma das maiores atuações individuais da história do esporte.
Já em 2019, o Magnus voltaria a levantar a taça, desta vez após vencer o Boca Juniors nos pênaltis. A primeira conquista foi comemorada em Doha, no Catar, enquanto as posteriores ocorreriam em Bangkok, na Tailândia.
O adeus de uma lenda
A temporada 2018 seria marcada por grandes e profundas mudanças na história do Magnus. Afinal, foi ao término daquele ano que o maior astro da equipe – e também da história do futebol de salão – penduraria as chuteiras.
A despedida foi em quadra, com o ginásio lotado, em uma final diante do Corinthians. Teve homenagem, teve discurso e é bem verdade que o resultado não foi bem o esperado, já que o Magnus ficou com o vice-campeonato daquela Liga Paulista.
O legado do oito vezes melhor jogador do mundo, porém, estava mais do que construído e estabelecido. Tanto é que Falcão jamais se distanciou do clube. O ex-craque é presença constante nos jogos – agora como espectador. A 12 foi aposentada e uma camisa gigante fica suspensa sob o teto do ginásio.
A temporada perfeita
Apesar das conquistas internacionais, foi em um ano em que não pisou fora do Brasil que o Magnus viveu sua melhor temporada em uma década de história.
O ano em questão era 2020 e o mundo enfrentava um cenário de pandemia de Covid-19, distanciamento e muitas incertezas. Para a equipe do interior paulista, no entanto, o período foi de sucesso absoluto.
No quesito marketing, o clube acertou em cheio com a série documental do youtuber Fred, que levou a marca a um novo público e elevando o patamar da equipe em termos de popularidade.
Já dentro de quadra foram dois títulos conquistados de maneira invicta: o Campeonato Paulista e a Liga Nacional (algo, até então, inédito). O Magnus terminou a temporada ainda com cinco indicados para o prêmio de melhor do mundo da modalidade.
Ano para esquecer
Dois anos depois de viver o auge, o Magnus chegou ao ponto mais baixo de sua trajetória. O ano de 2022 foi marcado por decepções, polêmicas e nenhuma conquista de fato relevante.
Em menos de um mês, a equipe se viu eliminada no Campeonato Paulista e na Liga Nacional – na qual fez sua pior campanha, caindo nas oitavas de final para o Minas (16º colocado na primeira fase) com um gol a três segundos do fim.
Para piorar, o Magnus já havia perdido a final da Taça Brasil para o Joinville, o que desencadeou uma polêmica daquelas com o ala Leozinho. Ele, que já havia sido dispensado do clube após se envolver em confusões com companheiros de equipe e membros da comissão técnica, provocou o ex-time nas redes sociais.
A provocação gerou reações e horas depois, o supervisor do Magnus e da seleção brasileira – pela qual Leozinho disputou inclusive a Copa do Mundo em 2021 -, Reinaldo Simões, respondeu ao jogador, iniciando uma troca de mensagens nada amistosa.
Zerando o game
Já em 2023, o Magnus deu a volta por cima e acrescentou à sua galeria o único título que faltava: o da Copa do Brasil.
O time paulista passou pelo Apodi-RN na decisão e tornou-se a primeira equipe brasileira a conquistar absolutamente todos os títulos possíveis.
De quebra, o clube viu o seu capitão – e maior nome de sua história -, Rodrigo, chegar à impressionante marca de 400 gols pela equipe. Para completar o ano vitorioso, o Magnus faturou o Campeonato Paulista sobre o rival Corinthians.
E o futuro?
Desde 2016, o Magnus passou a contar com o patrocínio da Magnus, uma marca de produtos animais que pertence à empresa brasileira Adimax. O acordo de parceria entre as partes é válido até o final de 2026.
O comando técnico é de responsabilidade do ex-jogador do clube Ricardinho desde 2018. Ele, aliás, fez parte de absolutamente todas as conquistas da equipe, já que ingressou ainda como atleta, em 2014, e fez a transição para o cargo de treinador em seguida.
À frente do clube ao longo de seus dez anos, o CEO Fellipe Drommond relembra os primórdios da equipe e faz um balanço da trajetória do Magnus até aqui.
– Ainda parece que foi ontem o dia em que eu me reuni com o Falcão pela primeira vez e ele falou sobre o sonho de criar uma equipe em Sorocaba para poder jogar na cidade que escolheu para viver com sua família. Quando iniciamos, não tínhamos a menor ideia de onde poderíamos chegar. Existia um plano de comunicação muito sólido por trás de uma equipe esportiva experiente e vitoriosa, com o desejo de fazer o futsal de uma forma diferente. Porém, hoje conseguimos olhar para trás e ver que o Magnus Futsal construiu um legado que estará para sempre marcado na história do futsal brasileiro e mundial – analisa.
Mesmo com todas as conquistas possíveis no currículo, Drommond garante que o clube vai seguir empenhando na busca por títulos e na manutenção no topo.
– Dentro de quadra temos um grande vício que é ganhar sempre, estar sempre entre os melhores, brigando e lutando para erguer os principais troféus do futsal mundial, nunca cansaremos de vencer, está em nosso DNA, por isso a importância de seguirmos investindo em construção de marca, produtos sólidos e geração de receitas. Com investimento e austeridade financeira, estaremos sempre entre os melhores do mundo.