Em apenas oito temporadas, o Magnus foi do surgimento à consolidação como principal equipe da modalidade no Brasil. Nesse período, o clube disputou 34 finais e conquistou 24 títulos (um aproveitamento superior a 70% nessas decisões), entre eles, duas Ligas Nacionais, duas Ligas Paulistas, dois Campeonatos Paulistas, uma Libertadores e três mundiais.

Acha pouco? Pois saiba que no clube, mesmo com um currículo de dar inveja, a ambição por novos desafios e taças parece seguir tão viva quanto na primeira vez que a equipe entrou em quadra, lá em 2014.

Guilherme Mansueto

Fundado em 2014, o Magnus conquistou todos os troféus possíveis no futsal. Foto: Guilherme Mansueto

Mas afinal, após conquistar – literalmente – todos os títulos possíveis, o que move o Magnus, prestes a disputar sua 35ª final, a seguir buscando cada vez mais taças?

A equipe enfrenta o Cascavel nos dois próximos domingos tentando manter o status de atual campeão nacional. A equipe do interior paulista vem, aliás, de uma conquista da liga de maneira invicta, algo até então inédito e que dificilmente deve se repetir.

E apesar de ter – nas palavras dos próprios integrantes da equipe – “zerado o jogo”, o Magnus ainda vê margem para ir além.

– O que nos motiva é fazer história, entrar para a história. Buscar se reinventar todos os dias, não se acomodar com os resultados que temos. Tenho certeza de que em pouco tempo estaremos entre os maiores da história. Acho que em oito anos, ninguém consegue os números que conseguimos – avalia o técnico Ricardinho.

Danilo Camargo

Ricardinho com a taça de campeão da Liga Nacional de Futsal de 2020: o Magnus é o único time a vencer a competição de forma invicta. Foto: Danilo Camargo

O “Mister”, aliás, é um dos tripulantes que está à bordo desde o início do projeto. Ele chegou como jogador, em 2014 e enfileirou conquistas ao lado de Falcão nos primeiros anos. Ao pendurar as chuteiras, em 2016, virou auxiliar técnico da equipe no ano seguinte e, em 2018, assumiu de vez o comando.

Desde então, os recordes quebrados impressionam – sob o comando do treinador, a equipe venceu todos os títulos de forma invicta e está em sua terceira final consecutiva de LNF -, mas fazem Ricardinho querer buscar ainda mais com o clube.

– Eu, particularmente, em quatro anos de carreira estou na minha 23ª final. Isso é muito gratificante. E o que falo para eles todos os dias quando entramos aqui é fazer a história, deixar o nosso nome cada vez mais gravado na história do esporte. É isso o que vai ficar. Amanhã um jogador ou outro vai estar fora, eu vou estar fora, mas o que escrevemos aqui vai ficar para sempre. E é isso que nos motiva todos os dias.

Danilo Camargo

Ricardinho ainda jogador ao lado de Fellipe Drommond, presidente do clube, e Falcão. Foto: Danilo Camargo

A cara (e o cara) do Magnus

Desde a aposentadoria de Falcão, em 2018, o amigo pessoal e companheiro de quadra do rei do futsal, Rodrigo, passou a ser a cara do Magnus. É praticamente impossível não associar o clube ao jogador e vice e versa. E isso não acontece à toa.

Também presente desde o início do projeto, em 2014, o fixo tem tamanha liderança que, mesmo com Falcão presente, sempre exerceu a função capitão da equipe. Não à toa, recebeu o apelido de “Capita” e é uma das principais referências do esporte no Brasil, já tendo concorrido até mesmo ao prêmio de melhor jogador do mundo recentemente.

Guilherme Mansueto

Rodrigo beija o troféu de campeão da Taça Brasil, a única conquista que faltava para o Magnus “zerar” a lista de troféus possíveis. Foto: Guilherme Mansueto

A sede de Rodrigo por títulos é algo que impressiona. Aos 37 anos, o jogador conquistou absolutamente tudo dentro do futsal, tanto pela ACBF, seu ex-clube, quanto pelo Magnus e até mesmo na seleção brasileira. Ainda assim, a cada vitória, gol marcado ou taça levantada, a vibração só aumenta.

– A gente tem um fator diferente que é a nossa cobrança interna. A torcida se acostumou com o nosso time, é uma torcida familiar, que vem ao ginásio, mas a nossa cobrança é interna. E temos de devolver para o nosso patrocinador. Vivemos disso, é o que amamos fazer. Sabemos o gosto da vitória e o da derrota, e que o da vitória é muito melhor. Então, a gente batalha estar nas finais sempre decidindo e ser campeão – explica o Capita.

Com mais de 300 gols com a camisa do clube, Rodrigo é o maior artilheiro da história do Magnus e não dá a impressão de que deixará de ampliar ainda mais essa margem na liderança tão cedo.

– Ver cinco mil pessoas no ginásio olhando para você e esperando que você faça alguma coisa não tem preço que pague. A minha motivação é essa. Vir aqui, fazer um grande jogo, levar alegria para o nosso torcedor, tristeza para o torcedor adversário e valorizar o esporte acima de tudo. Eu amo fazer isso aqui, não tem preço que pague e quero jogar até a última data.

Guilherme Mansueto

Entre outras conquistas, o clube é tricampeão mundial, fortalecendo a marca também no cenário internacional. Foto: Guilherme Mansueto

O Magnus na LNF 2021

Em 18 jogos nesta edição da Liga Nacional de Futsal, o Magnus acumula dez vitórias, cinco empates e três derrotas. A equipe do interior paulista marcou 59 gols e sofreu 37.

Após se classificar como líder do Grupo A na primeira fase, o time comandado por Ricardinho eliminou o Praia Clube nas oitavas, o Joinville (na prorrogação) nas quartas e o Foz Cataratas na semifinal.

A equipe decide a final da competição contra o Cascavel nos dias 12 e 19. Os dois jogos acontecerão às 11h e terão transmissão ao vivo no sportv.

A primeira partida será em Sorocaba e a segunda em Cascavel. Por terem feito melhor campanha, os paranaenses contam com a vantagem do empate em uma eventual prorrogação.