Yuri Gomes

Wilde é uma das atrações pelo Corinthians na atual edição da Liga Nacional de Futsal. Foto: Yuri Gomes

Bicampeão mundial com a seleção brasileira (2008 e 2012), o pivô Wilde retornou ao futsal brasileiro no início do ano após 14 anos na Europa. Com experiência de sobra, o jogador de 37 anos é uma das referências do Corinthians, que encara a Intelli na próxima segunda-feira, às 19h, em São Sebastião do Paraíso (MG), jogo que terá transmissão exclusiva no GloboEsporte.com. Vivendo boa fase mesmo com a idade avançada, o cearense de Orós diz que ainda não pensa em parar.

Em entrevista ao SporTV.com, Wilde falou também sobre perspectivas do Corinthians para a temporada, chegada de Deives, readaptação ao futsal do Brasil e seleção brasileira. Confira a conversa:

SporTV.com: Na última semana, Falcão (41 anos) postou uma foto ao lado de você, do Vander Carioca (42) e do goleiro Tiago (37) com a legenda “estamos parando, mais ainda nos divertindo e nos respeitando”. Você já tem planejado até quando pretende jogar?

Wilde: Sempre tive em mente o que quero para a minha carreira. No Brasil temos um ritmo de treinos e jogos mais puxado que a Europa, mas eu estou lidando bem com isso e estou muito bem fisicamente aos 37 anos. O que posso dizer é que enquanto estiver me sentindo bem vou continuar jogando, portanto ainda não penso em parar.

Guilherme Mansueto

Vander Carioca, Falcão, Wilde e Tiago. Jogadores valorizam respeito, histórias e conquistas. Foto: Guilherme Mansueto

Você atuou fora do país de 2003 a 2017, foram 13 anos de Espanha e pouco mais de um ano na Rússia. Já deu para se readaptar ao futsal brasileiro em apenas oito meses?

Foi muito tempo fora do país, e a readaptação não foi fácil. Mas o pessoal do Corinthians me ajudou muito nesse período, todos no elenco foram prestativos comigo e só tenho a agradecer. Hoje já estou readaptado. O futsal brasileiro é muito diferente do europeu. Lá é mais marcação e posse de bola. Aqui temos um jogo mais intenso e dinâmico.

O que esperar do Corinthians para 2018? Acha que o time vai brigar pelos principais títulos da temporada, mesmo com as perdas do Guitta e do Alex?

Acho que temos um excelente time, mesmo com as duas perdas. Guitta é um excelente goleiro, acima da média, mas temos goleiros novos no elenco que têm tudo para darem conta do recado. O Alex também é um jogador muito importante, um ala de qualidade rara. Confio nos jogadores que estão aqui e vamos brigar pelos títulos da LNF, Liga Paulista e Copa do Brasil. O Corinthians tem tudo para fazer bonito esse ano.

Na última segunda-feira, o Corinthians foi derrotado por 2 a 0 pela Assoeva em casa. Foi o primeiro jogo sem o Guitta e o Alex. Você acredita que o time sentiu muito a ausência dos dois nesse primeiro momento?

Não vejo por esse lado não. É claro que o Guitta e o Alex eram importantes para o time, mas no jogo contra a Assoeva a nossa bola não quis entrar. Sem contar que o goleiro deles, o Deividi, teve uma atuação espetacular. Não podemos tirar o mérito da Assoeva também, que fez um grande jogo com uma defesa bem posicionada.

O que esperar da partida de segunda-feira contra a Intelli em São Sebastião do Paraíso. Vai ser complicado enfrentar uma equipe fora da zona de classificação à próxima fase?

Com certeza vai ser jogo duro. Enfrentamos a Intelli há um mês pela Liga Paulista e empatamos em 2 a 2 lá na Arena Olímpica João Mambrini. Jogar na casa deles é sempre difícil e não vai ser dessa vez que vamos encontrar facilidade.

Yuri Gomes

Wilde marcou para o Corinthians e contribuiu para vitória do alvinegro sobre o Jaraguá na atual edição da LNF. Foto: Yuri Gomes

O Corinthians acertou com o pivô Deives nos últimos dias, mas ainda não anunciou oficialmente a contratação. O que acha da chegada dele?

Não posso falar de quem ainda não está oficialmente no elenco. Só posso comentar sobre quem está aqui. Mas é claro que sabemos da qualidade do Deives e se ele vier para o Corinthians mesmo será muito bem vindo.

Você é um jogador com muita história com a camisa da seleção brasileira, tendo participado das campanhas vitoriosas nos Mundiais de 2008 e 2012. Pensa em voltar à seleção um dia se surgir uma oportunidade?

Joguei dois Mundiais, fui muito feliz pela seleção, mas quando acabou o Mundial de 2012 eu decidi que não jogaria mais pela seleção. Foi uma decisão que eu tive após uma conversa com a família, em especial com a minha esposa. Foi quando nós ganhamos o nosso filho. Decidi que queria me dedicar mais à família, atuando só por clube.

Qual foi o seu momento mais marcante pela seleção?

Tem dois momentos que eu não esqueço. Um foi a minha primeira convocação. Eu já estava na Espanha e fiquei muito feliz em ser chamado pela primeira vez. O outro foi o título Mundial de 2008 no Maracanãzinho (final contra a Espanha). Aquilo lá me marcou muito. Foi inesquecível.

Ainda sobre seleção, como você explica a campanha decepcionante no Mundial 2016, quando o Brasil caiu nas oitavas de final diante do Irã?

É difícil explicar, porque eu não estava lá. Só posso falar sobre os Mundiais de 2008 e 2012, que eu estive presente. Perder é sempre chato e às vezes não há razões para explicar o que aconteceu. Mas acho que temos boas possibilidades de voltar a ganhar o Mundial daqui a dois anos. O Marquinhos Xavier está fazendo um grande trabalho e com certeza ele vai escolher os melhores jogadores para a próxima Copa do Mundo.