José Maria Marin vai ser extraditado no máximo até sábado para os Estados Unidos, mas, até o fim da manhã desta segunda-feira, na Suíça, o ex-presidente da CBF ainda não tinha saído do presídio de Zurique. O Departamento de Justiça Federal Suíça (FOJ) confirmou à reportagem do GloboEsporte.com, em Zurique, que o cartola ainda se encontra em território nacional, mas a saída pode acontecer a qualquer momento.

Presídio no centro de Zurique: provável local onde Marin está na Suíça

O procedimento será rápido e totalmente secreto. Marin será levado por policiais do FBI (Polícia Federal Norte-americana) do estabelecimento prisional de Zurique diretamente para a pista do aeroporto sem passar por qualquer controle de passaporte ou embarque tradicional. O brasileiro vai com policiais americanos em um voo comercial e, durante a viagem, não estará algemado. Segundo pilotos da United Airlines, a prática só é permitida até entrar no avião. A nossa reportagem conversou com dois pilotos da principal companhia norte-americana no aeroporto de Zurique e eles explicaram como é feito o procedimento de extradição em voos comerciais.

– Por vezes, até acontece que alguns presos viagem sozinhos, sem serem acompanhados por policiais. Se não forem considerados presos que ofereçam perigo aos restantes passageiros, os policias só os deixam no avião e quando as portas fecham, eles vão embora. À chegada, um oficial da polícia americana já está lá aguardando. Mas, neste caso da Fifa, como deve haver risco de passagem de informação em conversa com outro passageiro, é mais provável que ele seja acompanhado por alguns policias do FBI, mas posso garantir que não estará algemado durante o voo. Isso não é permitido pelas leis de aviação – explicou um dos pilotos da companhia que pediu para não ser identificado.

O FBI já confirmou a presença de policiais durante o voo com Marin, que não poderá ter contato com outro passageiro durante a viagem. No momento da chegada a Nova Iorque, o procedimento será o mesmo. O brasileiro será levado diretamente da pista do aeroporto para um presídio da cidade, onde ficará por no máximo 72 horas. Será ouvido por um juiz na Corte do Brooklyn, onde corre o caso de corrupção na Fifa, e depois deve seguir para o seu apartamento em Nova Iorque, sob pagamento de fiança, onde ficará instalado em prisão domiciliar durante o processo.

Notícia: Claudia Garcia

Imagem: Edgar Alencar