Leto Ribas
Ferrão desembarca em Bucara, no Uzbequistão, com a delegação do Brasil. | Foto: Leto Ribas

As três eleições como melhor do mundo e as 10 temporadas de Barcelona, recheadas de títulos, fazem de Ferrão a maior referência do Brasil na Copa do Mundo do Uzbequistão. Aos 33 anos, o atleta vai para o segundo Mundial e tem tudo para ser peça chave para Marquinhos Xavier dentro de quadra.

No currículo, duas Champions League, quatro Campeonatos Espanhóis, quatro Copas do Rei, uma Copa da Espanha, entre outros títulos. Depois de levantar tantas taças pelo clube catalão, Carlos Vagner Gularte Filho iniciará um novo desafio depois da Copa do Mundo. Assinou contrato de três temporadas com o Semey, do Cazaquistão.

Direto da Tashkent, capital do Uzbequistão, Ferrão conversou com Zero Hora sobre o Mundial que começa no próximo sábado (14), quando o Brasil estreia contra Cuba, às 9h30min (horário de Brasília). O jogo ocorre na cidade de Bucara, onde a delegação já está concentrada.

Como foi para você a saída do Barcelona para jogar no futsal do Cazaquistão?

Foi uma decisão bastante pensada. Talvez não a parte do Cazaquistão. Já fazia alguns anos que eu conversava com a minha família, até com alguns amigos próximos. Eu já estava há muito tempo no clube. Foi um ciclo de 10 anos no Barça. Como atletas, gostamos de um desafio novo. Estava pensando nesse desafio enquanto ainda estou em alto nível. O Cazaquistão chegou até mim quando eu estava na parte final da decisão. Eu já havia conversado com muitos clubes.

Você ainda tem alguma sequela da lesão que o afastou das quadras por oito meses?

Não. Agora só tem aquela parte de pegar ritmo de jogo e ir se adaptando. Temos uma preparação muito boa, não só eu, mas todos os companheiros. Estávamos de férias e agora voltamos a tocar na bola. Todo muito está chegando no nível que sempre teve.

E a expectativa para a Copa?

O grupo é fantástico. A maioria joga na Europa, então a gente se conhece. Alguns que estão no Brasil eu já joguei junto muitas vezes. Temos uma conexão muito forte, não só dentro de quadra, mas fora também. Estamos entrosados. A expectativa é das melhores possível. A nível mental, a gente está com uma seleção bastante excelente. Acho que a parte mental é uma das fundamentais também, para poder aguentar depois de tanto tempo uma preparação.

Portugal, Espanha, Argentina e Marrocos. São essas as seleções que mais ameaçam o Brasil?

Acho que essa Copa está muito equilibrado. Portugal, Argentina, Espanha, são, talvez, as que têm os maiores nomes. Mas não podemos esquecer de Marrocos, França, Ucrânia. São vários países que estão jogando muito bem. Acho que a Copa do Mundo, principalmente, quando começam os matas, a qualquer momento, pode mudar tudo. É foco total. É um jogo. Pode ser aquele jogo que nada dá certo.

Qual é a tua relação com o Pito (pivô da Seleção)? Ele é o atual melhor do mundo, como você já foi em três temporadas. Além disso, jogaram juntos no Barcelona.

O Pito é um craque. A gente jogou muitos anos contra. A gente se conhece da mesma cidade (Chapecó). Nos últimos três anos, jogamos juntos e conseguimos conquistar grandes coisas no Barcelona.

Deixa um recado para a torcida brasileira.

A gente sabe que não vai ser fácil. Cada vez é mais difícil ganhar no esporte, mas podem ter certeza que todos os atletas, todos os envolvidos aqui com a comissão técnica, a gente vai deixar tudo para levar essa Copa para o Brasil. Precisamos muito do povo brasileiro e da suas energias positivas.