Santo André Intelli
Pai e filho marca duelo dos Playoffs

Existem inúmeras famílias Silva espalhadas pelo Brasil. Em uma delas, o futsal corre nas veias há muito tempo. E é justamente por isso que está chegando um momento mais do que especial: pai e filho se enfrentarão nos playoffs da Liga Nacional.

Os personagens são Aparecido Donisete Silva, o Cidão, técnico do Santo André Intelli, e seu filho, Bruno Silva, treinador do Tubarão. No dia 16 de outubro, eles começam a decidir uma vaga nas quartas de final.

“Pra mim, é um misto de emoções muito grande. Ao mesmo tempo que você enfrenta o cara que é seu pai e seu mentor, tem o lado do coração, de filho, de respeito. É difícil nos enxergarmos como adversários. Mas são coisas naturais. Já tivemos essa sensação na primeira fase e foi realmente emocionante, uma sensação única. Chega a ser indescritível. Agora tem a sensação de valer uma eliminação para um ou outro”, disse Bruno Silva ao UOL.

Alguém vai ser eliminado…

Na primeira fase, Cidão e Bruno se enfrentaram, com vitória por 4 a 3 do filho. Mas agora vale eliminação para um dos lados, enxergada por ambos da mesma maneira.

“Esse confronto tem esse componente especial. A gente brinca entre nós que é impossível a gente perder. Se o Santo André ganhar, o time do pai segue. Se o Tubarão ganhar, segue o do filho. Vamos ficar tristes no momento pela eliminação, mas felizes pelo outro. O lado competidor vai falar mais alto no jogo, mas vai ser muito difícil esquecer que somos pai e filho”, falou Bruno

“Ele é meu adversário pelas coincidências. Nunca vimos isso no futsal, mas aconteceu. É um prazer, nada mais que isso. A eliminação tem que ser vista como natural. Minha esposa nos alertou dessa possibilidade lá atrás, ela brincou ‘olha, vocês se cuidem para não acontecer’ (risos). Mas quem for eliminado tem o lado ruim, mas o lado bom, do outro seguir”, declarou Cidão.

Proximidade ajuda ou atrapalha?

Além de serem pai e filho, os dois trabalharam juntos por muito tempo. Bruno foi auxiliar de Cidão por mais de quatro anos, sem contar o tempo em outras funções, mas sempre próximos. E, na visão dos dois, isso pode fazer uma grande diferença para ambos os lados no confronto.

“Em alguns pontos, isso é importante, para ele e para mim. Nós já sabemos como serão as atitudes de um e de outro. No momento que percebermos que isso pode beneficiar ou prejudicar, temos que tomar uma atitude diferente”, explicou Cidão.

“Desde os meus 17 anos, eu sempre tive a vontade de trabalhar na quadra. Eu já ajudava com estatística, ainda garoto. Fui auxiliar oficialmente do meu pai por quatro anos. Depois, ele virou diretor e assumiu como técnico. Claro que isso ajuda pros dois lados. As táticas, tomadas de decisões, sistema de jogo, vai ser muito parecido”, disse Bruno.

Duelo mexe com a família

O confronto pelas oitavas de final da LNF é o assunto principal da família. Mas mesmo sendo pai e filho, eles ainda tentam esconder as táticas um do outro.

“É natural falarmos sobre o duelo, hoje faz parte das conversas da família, até nos grupos de WhatsApp (risos). Mas a gente vê de forma natural. Nos preparamos.