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Abdelhamid Sabiri tem sido um dos destaques de Marrocos na Copa. Foto: FIFA

Para grande parte dos marroquinos, um simples beliscão no braço não funcionará mais. Se antes muitos torcedores ainda acreditavam estar sonhando, após a série de feitos incríveis da seleção no Qatar tudo se tornou permitido.

Um dos que sonham alto – até mais do que a maioria – é o meia Abdelhamid Sabiri. “Existe sempre um sonho que você guarda para si mesmo”, contou o meia à FIFA. “E, como você não pode decidir o que sonha, de repente se vê sonhando em ganhar a Copa do Mundo.”

Por outro lado, Sabiri reconhece que é preciso valorizar a realidade. “Ao acordar, você pensa: ‘Ok, vamos passo a passo'”, acrescentou. “Mas chegar às semifinais é algo enorme para o Marrocos. Nunca antes uma seleção africana havia chegado às semifinais. Claro, também era o nosso objetivo – queríamos fazer algo histórico nesta Copa do Mundo. E, sim, espero que possamos conquistar algo ainda maior.”

No entanto, para que os sonhos de Sabiri se realizem no Qatar, será preciso superar um desafio dos mais complicados. Isso porque na semifinal, a atual campeã França – liderada por um espetacular Kylian Mbappé, pelo polivalente Antoine Griezmann e pelo recordista Olivier Giroud – chega como ampla favorita. Nada que assuste Sabiri e uma seleção marroquina que já se acostumou a superar gigantes do futebol.

FIFA: Abdelhamid, o que significa para você chegar a uma semifinal de Copa do Mundo?

Abdelhamid Sabiri: Para mim, é uma sensação incrível. Saber de onde venho, de um pequeno vilarejo chamado Goulmima – pequeno até para os padrões do Marrocos – e agora chegar a uma semifinal de Copa do Mundo, é simplesmente incrível. Tenho orgulho de fazer parte disso e agradeço a todos que me apoiaram ao longo do caminho.

Marrocos fez história ao se tornar a primeira seleção africana a chegar a uma semifinal de Copa. Você já conseguiu assimilar o que isso representa para a África e também para o mundo árabe?

Sim, como jogadores, conversamos sobre isso, sobre o que estamos fazendo agora. Porque a maioria dos jogadores – como eu – não consegue realmente compreender (o tamanho da conquista). Fazer isso por todos os povos árabes e pelo continente africano é uma coisa incrível. Como disse antes, estou feliz e muito animado por fazer parte disso.

Muito do sucesso desta campanha se deve ao seu treinador e a como ele prepara a equipe para cada jogo. Você pode descrever a maneira como ele cuida dos detalhes e como elabora o plano de jogo para enfrentar cada adversário?

Não acho que tenhamos um plano (diferente) para cada adversário. Temos o nosso plano de jogo, e o mais importante é se manter fiel ao nosso sistema. Sempre jogamos bem defensivamente, como todos estão vendo. Sofremos apenas um gol – um gol contra -, então o trabalho que temos feito na defesa é perfeito. No ataque, sempre teremos nossas chances e tentaremos aproveitá-las. O treinador nos dá confiança para praticar um bom futebol.

Como vencer os atuais campeões mundiais?

Claro que a França é uma ótima seleção, mas Portugal, Espanha, Bélgica e todos as outras que enfrentamos nesta Copa do Mundo também eram. Como sempre, iremos para o jogo sabendo que eles são os favoritos por terem mais história do que nós no futebol. Mas, para nós, isso não importa – entramos em campo para vencer, para vencer por nosso país e por todas as pessoas que torcem por nós.