Thaís Magalhães

Semifinal da Copa do Mundo de Futsal: Brasil x Argentina. Foto: Thaís Magalhães

O Brasil pressionou, lutou muito, mas não conseguiu derrotar a Argentina pela semifinal da Copa do Mundo FIFA de Futsal. Nesta quarta-feira (29), a Seleção foi derrotada por 2 a 1 na Arena de Kaunas, na Lituânia. Após o jogo, o fixo Rodrigo Hardy lamentou o resultado, mas mostrou otimismo com o futuro da Seleção Brasileira, que terá um ciclo completo sob o comando da CBF.

Capitão e principal liderança da Seleção Brasileira, Rodrigo acredita que este foi seu último Mundial com a Amarelinha. Aos 37 anos, ele terá  cerca de 40 na próxima Copa. E quer abrir espaço para a renovação na equipe.

“Acho que não vai dar para outra (Copa), vou estar com 40 anos. Desde que a gente perdeu em 2016, eu vivenciei cada dia da minha vida, abdiquei de família, para ter essa chance. Futebol é cruel demais. Em dois lances em que eu estava, o gol saiu. Eu acho que posso ajudar de alguma maneira, no que eles pedirem, mas no próximo Mundial eu estou fora. Com 40 anos, é muita exigência, tenho que abrir espaço para os novos”, disse Rodrigo, antes de valorizar o processo de renovação que se inicia na Seleção:

“A Seleção Brasileira passa por um novo processo, agora, com a CBF, vai ser melhor ainda. Tenho certeza disso. Fico muito feliz por tudo que estamos vivendo agora. Meu sonho era levantar a taça. Eu não sei o que vai ser para a frente, mas com a Seleção eu acho que não tenho mais um Mundial”.

Em evolução durante o torneio, o Brasil teve sua melhor exibição justamente na semifinal contra a Argentina. Dona das ações do jogo, a Seleção criou muito, teve inúmeras oportunidades, mas parou na grande noite do goleiro Sarmiento. Atuais campeões do mundo, os hermanos souberam aproveitar as chances e, com um gol de bola parada e outro de contra-ataque, chegaram à vitória por 2 a 1.

Mesmo com a derrota, Rodrigo soube valorizar a atuação do Brasil e destacou o trabalho realizado pelo técnico Marquinhos Xavier, que teve pouco tempo para preparar o time para a competição.

“Muita gente cobrou uma apresentação do nosso time, acho que essa foi a melhor, na semifinal. A gente jogou bem, foi para cima, pressionou. Só que o esporte hoje não vive de criar, vive de destruir e ter algumas chances. A Argentina foi bem na proposta dela, em um escanteio, a bola sobrou e fizeram o gol. Depois em uma fugida, e a gente pressionando. A tendência é essa. A Seleção fez um grande Mundial. Está mostrando sua cara, o Marquinhos apenas com 50 dias conseguiu colocar a Seleção entre as quatro. O processo não é fácil para ser campeão do Mundo, não é em 50 dias que vai ser”, frisou.

Ao mesmo tempo em que olha para o passado, Rodrigo também vê um futuro melhor, que pode ser muito bom para o futsal brasileiro. Feliz com a evolução que notou nos últimos meses, com a CBF abraçando a Seleção Brasileira, o fixo deposita suas fichas no próximo ciclo de Copa do Mundo, que será mais curto, mas promete muito.

“Acho que agora, com a CBF tomando conta, a gente tem tudo para isso acontecer. A gente não conseguia juntar os atletas, com jogadores do Brasil, de fora. A gente sofreu com isso, o Marquinhos também sofreu, a gente deixou de jogar, nem de se reunir, em apenas dois dias. Agora, com a estrutura que a gente vai ter, temos tudo para fazer um outro grande Mundial”, concluiu.

O Brasil agora se prepara para a disputa do terceiro lugar na Copa do Mundo FIFA de Futsal, marcada para o próximo domingo (3), na Arena de Kaunas, na Lituânia. A Seleção enfrentará o perdedor da outra semifinal, entre Kazaquistão e Portugal.