Concentração, hotel, treino, ônibus, viagens etc. são a rotina do atleta de futsal. No Brasil, onde a Liga é disputada preponderantemente no interior, quem é da capital mete o pé na estrada da mesma maneira e constrói com o passar do tempo uma identificação com os companheiros. Foi o caso do Corinthians em 2022. Campeão Paulista e ao final da temporada, bicampeão da LNF. E nesse contexto, há sim relação de uma coisa com a outra.

“O diferencial foi a união e o jeito que o grupo se fechou. A gente representa um time muito grande. E depois do título do Paulista acreditamos ainda mais ser possível. Viramos uma família que vai fazer falta na vida de cada um ano que vem”, conta o pivô Kauê. Autor de sete gols ao longo da Liga Nacional, o jogador relembra o que considera uma das explicações para a mudança de postura do time da primeira fase, onde terminou abaixo das oito melhores campanhas, para os Playoffs quando o crescimento foi visível.

Beto Miller

Kauê foi um dos destaques da conquista do Timão. Foto: Beto Miller

“Cresceu porque entendeu o que poderia fazer. Em casa éramos forte e fazendo o resultado, jogávamos a responsabilidade para o adversário. Crescemos em concentração e foco também nesses aspectos”, completa.

Assim como Kauê, seu companheiro de quadra Henrique pensa da mesma forma. Pelo menos no que se refere à segunda avaliação. Um time competitivo e com torcida presente no ginásio precisava tirar proveito, mesmo sempre decidindo na casa do adversário em cada confronto.

“Mudamos a nossa postura da primeira para a segunda fase. E o nosso entendimento de que sempre teríamos o primeiro jogo dentro de casa e para chegar longe, teria que vencer em casa”, relembra o fixo autor de três gols na campanha corintiana. Segundo ele não foi no estadual, mas ainda na reta final da fase classificatória da Liga o momento de mudança de atitude para então crescer na competição.

Beto Miller

Henrique também valoriza a união do grupo. Foto: Beto Miller

“Por incrível que pareça foi nos dois últimos jogos da primeira fase. Nosso time vinha oscilando muito, mas a gente voltou a brigar e competir melhor. Tivemos uma conversa entre nós atletas que mudou a nossa chave”, revela.

O convívio diário e desgastante com muito tempo junto e à mercê dos perigos das estradas e carregando na bagagem responsabilidade e resultados nem sempre esperados mexe com os jogadores. Os depoimentos dos jogadores corintianos ajudam a entender que se disputa uma partida de futsal antes e também depois do cronômetro ser acionado.