O “preto no branco” é uma expressão que, dentre outras conotações, significa “deixar tudo documentado”. Nos últimos dois anos, o técnico Deividy Hadson escreveu páginas importantes no futsal nacional. Coincidentemente, em preto e branco. Se em 2021 ele comandou o Ceará no inédito título da Copa do Brasil, em 2022 termina o ano comemorando o bicampeonato da LNF pelo Corinthians.

Pedro Paulo Diaz

Deividy conquistou a LNF 2022 com o Corinthians. Foto: Pedro Paulo Diaz

“É muito bom. A diferença é que o título com o Corinthians é na competição mais difícil de conquistar no mundo do futsal. Ser campeão da LNF e pelo Corinthians é uma coisa surreal porque a potencialidade é incrível”, avalia o treinador.

A mudança de perspectiva ao deixar o clube cearense para assumir outro clube de massa, mas na zona mais rica do país e mais do que isso, vestir uma camisa pesadíssima, também deu maior responsabilidade para Deividy. E com a responsabilidade e exposição vem, conseqüentemente, a cobrança. Um dos primeiros questionamentos foi o tempo para o grupo de jogadores assimilar a nova idéia de trabalho.

“Demorou o mesmo. A questão é assimilar e entrosar. Os jogadores são muito inteligentes, mas tivemos uma queda no meio da primeira fase. Mas estávamos trabalhando para chegar forte nos Playoffs. E daí “deu liga” como a gente diz e o que se viu nos Playoffs foi uma equipe muito forte e consistente”, relembra.

Na primeira fase, o Corinthians não ficou nem entre os oito melhores. Com a décima campanha sabia que para avançar teria que ir bem longe de casa e estancar uma campanha com sete derrotas. E isso foi feito. O time não perdeu nenhum jogo a partir dos Playoffs. No entanto, ao recordar a campanha, Deividy aponta um momento um pouco antes.

“Na verdade eu acho que foi um mês antes dos Playoffs o diferencial. Fizemos meio que uma preparação para as eliminatórias, recuperando jogadores para chegar todo mundo inteiro nos Playoffs”, relembra o técnico que agora, irá aproveita as férias para ver a Copa e até pescar algumas coisas do futebol de campo.

“Como brasileiro, vou acompanhar e torcer. Gosto sempre de acompanhar outros esportes. Alguma coisa pode ser aproveitado para o futsal”, garante o técnico bicampeão pelo Corinthians, que em menos de um ano percebeu o que a fiel torcida mais admira. Ao ser questionado sobre o que esperar da próxima temporada, a resposta não poderia ser diferente. É de alguém que entendeu o terreno onde pisa.

“Muita luta e garra. A temporada do ano que vem será mais difícil pois todos os times vão querer bater o Corinthians agora. Seremos olhados com outros olhos”, conclui.