Juliam Nazaré
Nelci Pimentel e o filho Lucas, quarta-feira, 25, fizeram mais uma viagem de Dois Vizinhos a Beltrão para torcer pelo Marreco.


Um Clássico das Penas envolve até mesmo quem não acompanha “religiosamente” os demais jogos de Marreco e Pato. Afinal de contas, o confronto é o auge da rivalidade entre as duas maiores cidades do Sudoeste do Paraná. Mas o duelo, por outro lado, leva ao êxtase os mais apaixonados pelo futsal. A autônoma Nelci Pimentel, 46, por exemplo.

Ela sempre morou em Dois Vizinhos. Palmeirense, cresceu numa família onde o esporte era o principal entretenimento. “A gente ia de caminhão pra torcer nos campeonatos. E pelo Palmeiras eu choro, faço promessa e só não vou ao estádio porque é muito longe”, conta.

Mas ao Ginásio Arrudão, distante cerca de 48 quilômetros, ela vai com frequência, há oito anos. “No começo, eu era casada, então meu marido não gostava e não permitia eu acompanhar. Quando meu menino iria fazer dois anos, nos separamos e comecei a ouvir os jogos pelo rádio, na Onda Sul e na Educadora”, conta.

Sempre acompanhada do filho, Lucas, hoje com dez anos, Nelci viveu momentos com o Marreco que marcaram a sua vida. “Adorava o jeito louco do Oitomeia. Outro atleta que me inspirou muito foi o Quinzinho. Chorei quando ele se contundiu, quando levou aquela bolada em São Paulo, contra o Corinthians. Chorei quando ele foi na rádio e disse que teria que se afastar por conta das lesões. Eu tenho uma paixão pelo Marreco que não sei explicar. Não tem noção o quanto amo estar no Arrudão, o quanto me faz bem.”

Mas e o Galo?

Nelci é uma duovizinhense de nascença, mas não torce pelo time da cidade. E constantemente é questionada pelos conterrâneos. “Me perguntam: porque torcer pelo Marreco lá em Beltrão e deixar o Galo aqui? Eu rebato: você troca um amor por outro, só porque é mais bonitinho e está mais próximo de você? Eu não. Não vou deixar de torcer pelo Marreco porque agora existe o Galo.”

Vitória no Clássico

Quarta, 25, ela foi uma das mais de duas mil e quatrocentas pessoas que comemoraram a vitória verde-preta por 2×1, no jogo de ida das quartas de final do Campeonato Paranaense. “Foi perfeito. O Marreco pressionou o Pato e mostrou que tem qualidade. Mostrou quem manda ali. Depois, tomou aquele gol besta lá. Era meu aniversário e foi o melhor presente que ganhei. Foi muito bom.”
A partida de volta será sábado, 28, no Ginásio Dolivar Lavarda. Os beltronenses dependem de um empate para se classificar, enquanto os donos da casa vão à quadra necessitando vencer por qualquer placar no tempo normal e de um empate na prorrogação.

O palpite de Nelci é de um 2×2. Ela aposta que o protagonista do Clássico será Lucas Otanha.
Nelci Pimentel e o filho Lucas, quarta-feira, 25, fizeram mais uma viagem de Dois Vizinhos a Beltrão para torcer pelo Marreco. Foto: Juliam Nazaré.