Jani Korpela cresceu querendo ser dançarino e agora trabalha em uma profissão em que passos de ballet e piruetas chamativas são fundamentais.
Morando na cidade que deu origem ao astro da WWE Kane, o jovem de 26 anos ainda usa seu equivalente ao Tombstone Piledriver para neutralizar os deuses do jogo. Um deles, o grande Pito, chamou Korpela de “um dos adversários mais difíceis que você pode enfrentar”.
O defensor do Inter FS, que também é talentoso com a bola nos pés, discute, entre outros assuntos, o heroísmo da Finlândia nas últimas finais europeias e a sua busca para vencer a Holanda e chegar pela primeira vez à Copa do Mundo de Futsal da FIFA.
FIFA: Qual era o seu sonho de infância?
Jani Korpela: Muitas crianças sonham em ser médicas, astronautas ou algo assim. Sempre fui atraído por esportes com bola, mas admirei muito os dançarinos. Sempre digo que se não tivesse encontrado o futsal seria bailarina. Talvez em outra vida!
Quem eram seus ídolos do futsal?
Eu tinha um monte. O primeiro foi Falcão. Assisti muitos vídeos dele. Depois veio Ricardinho. Tive o prazer de jogar contra ele algumas vezes. Esses dois foram os ídolos que eu mais assisti. Mas na minha posição, Carlos Ortiz foi o cara que mais observei. Ele era um defensor incrível.
Você é conhecido como um dos melhores defensores e defensores mais difíceis do mundo…
É da minha natureza preferir fazer um bom desarme do que marcar um gol ou dar uma assistência. Sou uma pessoa bastante calma, mas quando estou em quadra um botão é acionado e gosto de jogar duro com meu oponente. Vamos colocar assim: não quero dar a eles uma vida fácil. No futebol, no futsal, sempre fui o cara que faz o trabalho sujo. Eu realmente gosto do lado físico das coisas.
No primeiro UEFA EURO da Finlândia, em 2022, conseguiu terminar à frente da bicampeã Itália e chegar aos quartos-de-final. Como foi essa experiência?
Incrível, incrível, inacreditável. É algo que nunca esquecerei. Foi uma das minhas melhores campanhas a nível pessoal e uma das melhores campanhas que alguma vez vimos da Finlândia. Fizemos um trabalho incrível. Só tenho lembranças positivas disso. Tenho certeza de que todos os jogadores e todos os funcionários diriam o mesmo. Agora queremos mais. Queremos estar na Copa do Mundo. Temos a Holanda no “play-off” e espero que possamos alcançar mais um marco para a Finlândia.
O que você acha da seleção holandesa?
Nunca joguei contra eles ou contra qualquer time da Holanda, mas assistimos a vídeos deles. Eles têm muita qualidade. Eles têm muitas estratégias diferentes. Eles podem jogar com pivô ou quatro zeros. Eles têm caras muito rápidos e jogadores muito técnicos. Eles são muito bons em situações um contra um. Isso pode ser um problema para nós.
A Finlândia venceu a China, a República Tcheca e a Eslováquia para vencer o Torneio Internacional de Yulin. Quanta confiança isso lhe deu antes dos play-offs?
Tínhamos muitos jogadores novos na equipe e faltavam alguns jogadores importantes, então foram ótimos resultados para nós. Foi uma ótima preparação para os play-offs. Sentimo-nos bem, há um grande espírito na equipa e estamos mais do que preparados para os jogos com a Holanda.
O que você achou do lob de Olli Poylio?
Que maneira de marcar seu primeiro gol pela Finlândia! Ele fez um ótimo trabalho. Ele mereceu. Agora que a batalha acabou [para quebrar o pato], espero que ele comece a marcar regularmente.
Ao seu lado, Henri Alamikkotervo também joga na Espanha. Como você o avalia como jogador?
Joguei contra ele algumas vezes e muitas vezes ao lado dele pela seleção. Acho que ele tem um grande potencial para ser o melhor jogador da Finlândia. Ele ainda precisa de algum tempo, mas já é um jogador de ponta. Acho que ele vai evoluir na Espanha.
Quão confiante você está de que a Finlândia alcançará o Uzbequistão em 2024?
Cem por cento. Reconheço que precisamos trabalhar muito todos os dias para conseguir isso. Cada cara do time precisa trabalhar duro. Os resultados não vêm de graça. Mas estamos muito, muito confiantes em nós mesmos.
O que significaria para o povo da Finlândia chegar a Copa do Mundo de Futsal da FIFA?
Quando defrontámos a Itália no nosso primeiro jogo no EURO, foi inacreditável o quão grande era. Todo mundo estava nos enviando mensagens nas redes sociais. O número de mensagens que recebemos de pessoas aleatórias foi alucinante. Isso foi antes do jogo, antes de termos feito qualquer coisa. Foi uma sensação verdadeiramente incrível. Depois do jogo todos nos parabenizaram. O povo finlandês está muito orgulhoso. Esse EURO foi enorme na Finlândia. Esta é a Copa do Mundo. É ainda maior. Só posso imaginar o quão inacreditável seria.
Finalmente, quem são os adversários mais difíceis que você já enfrentou?
Ricardinho com certeza. Como zagueiro, quem tive mais problemas foi o Eder Lima.