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Protesto reuniu grupo de craques do futsal. Foto: Reprodução

Um grupo com algumas das principais jogadoras de futsal do planeta resolveu se unir. O motivo? Cobrar da Fifa a criação de um Mundial feminino para a categoria, cuja chancela foi assumida pela entidade no fim de 2015. Em 2018, a Fifa se comprometeu a lançar “uma competição feminina de futsal” como parte da estratégia mundial para o futebol feminino – algo que não aconteceu.

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Uma das integrantes da ação é a brasileira Amandinha, eleita por oito vezes a melhor jogadora de futsal do mundo. Incomodadas com a ausência de respostas após carta endereçada à entidade, em setembro de 2021, as jogadoras formaram um sindicato.

A Associação de Jogadores e Jogadoras de Futebol de Salão (AJFSF) tem como objetivo “dar visibilidade ao futsal feminino em nível mundial e criar uma rede de contato, apoio e assessoria para a maior quantidade de jogadoras possível.”

– Em setembro de 2021, nos dirigimos à Fifa pelo maltrato e abandono público de jogadoras de futsal. Um ano depois, continuamos sem respostas oficiais. Enquanto o futsal masculino se prepara para seu décimo Mundial, a Fifa segue sem organizar nossa primeira edição. Estamos reunidas pela primeira vez na história para denunciar publicamente o trato discriminatório – disse Natalia Orive, presidente do sindicato.

No vídeo estão Natalia Orive (presidente do Sindicato), Anita Luján (Espanha), Amandinha, Janice da Silva (Portugal), Fátima Villar (Uruguai), Nancy Loth (Holanda), Chikage Kichibayashi (Japão), Ersilia D’Incecco (Itália), Julia Paz Dupuy (Argentina), Zahra Lotfabadi (Irã) e Vika Kyslova (Ucrânia).

“A igualdade de gênero não se alcançará com promessas vazias. Se antes não queriam nos escutar… Agora, terão que nos ver”, disse o grupo, por meio de Orive.

Um relatório do sindicato aponta que não há um comitê especializado em futsal feminino na Fifa, assim como a ausência de programas de desenvolvimento ofertados pela entidade. O grupo vê “a falta de padrões de qualidade de competição, dificuldades na exposição midiática e distanciamento de patrocinadores e torcedores” como principais consequências pela escassez de competições oficiais.

A Fifa, que organiza a Copa do Mundo masculina de futsal desde 1989, jamais chancelou um evento para mulheres. A atual Copa do Mundo delas é da Associação Mundial de Futsal; o evento já teve seis edições, todas vencidas pelo Brasil, mas não é realizado desde 2015.