O propósito deste blog desde agosto de 2021, quando entrou em atividade, é escrever sobre esporte em geral e não apenas futebol. Aqui já escrevi sobre surf, tênis, basquete, vôlei e futebol de salão. Este último, que atualmente chamam de futsal, foi a minha vida durante 26 anos, 16 deles como profissional, e escrever sobre essa modalidade tem sempre um sabor especial.

A Liga Nacional de Futsal (LNF) está chegando ao fim de mais uma temporada e Atlântico e Joinville farão a final depois de 304 jogos, muitos gols e emoções. São duas equipes com tradição no salonismo brasileiro e de estados com muita história na modalidade. O Atlântico está na LNF desde 2002. Tem dois vice-campeonatos (2018 e 2022) e tenta o seu primeiro título no próximo domingo, Às 10h, com transmissão da TV Globo. É um projeto sólido, com conquistas importantes desde 1999, ano da sua fundação.

Por outro lado, o Joinville, que ficou com o título da LNF em 2017, tem também dois vice-campeonatos. Joinville é uma cidade com tradição no futsal. No final da década de 80, a Tigre, uma das principais empresas da cidade, montou uma super equipe e foi campeã catarinense e finalista da Taça Brasil. Naquele tempo ainda não havia a Liga Nacional. Assim como Erechim, Joinville é uma cidade que respira futsal.

Não existe favorito para o confronto de domingo. Será a disputa do melhor ataque da competição, o do Atlântico, com 142 gols, contra a melhor defesa, a do Joinville, que sofreu apenas 48. O time de Erechim tem os dois principais artilheiros do torneio: Richard e William Bolt. A forte defesa joinvilense é capitaneada pelo goleiro William, um dos ídolos do time e que fará sua despedida do clube na final de domingo. Foram dez anos defendendo a camisa do Joinville.

O equilíbrio é ainda maior porque a final deste ano será em quadra neutra. A cidade de Toledo, no Paraná, foi a escolhida e deve receber um grande público na manhã de domingo. E o jogo tem outro ingrediente interessante. O futsal terá, pela primeira vez, a final da sua principal competição transmitida pela TV aberta. Isso é uma recompensa para tanta gente que lutou pela modalidade ao longo dos anos do salonismo no Brasil. Viva o futebol de salão, ou como vocês quiserem, viva o futsal.

Juliano Schmidt
Willian, em Joinville x Sorocaba pela semifinal da Liga Nacional de Futsal.