Na infância, eles costumavam sentar na arquibancada e fazer o possível e impossível para acompanhar o clube de coração. Hoje, a paixão de torcedor se mantém ininterrupta, mas as atenções e grandes responsabilidades do cargo de presidente caminham lado a lado. Esse é o resumo da história de dois gestores que comandam os principais clubes de Jaraguá do Sul.

Lucas Pavin

Marcio Haffemann, do Jaraguá Futsal, trabalha na reestruturação da equipe

O piso é diferente, um na quadra e outro no campo, mas a trajetória é semelhante de Marcio Haffemann, do Jaraguá Futsal, e Cristiano Humenhuk, do Juventus, que aliaram o fanatismo vindo das arquibancadas junto a um processo de reestruturação nas equipes mais tradicionais da cidade.

Um amor pelos clubes originado muito antes da possibilidade de assumir um cargo diretório. Marcio, por exemplo, é torcedor assíduo do salonismo jaraguaense desde a ‘era Breithaupt’ no fim da década de 90, passando pelos tempos de Caraguá e principalmente Malwee.

Na época mais vitoriosa da modalidade, fez parte das torcidas TOM (Torcida Organizada Malwee) e Independente, percorrendo milhares de quilômetros para acompanhar jogos decisivos da equipe.

Até que em 2016, quando uma grave crise financeira atingiu o aurinegro, Haffemann uniu forças para tirar o clube do buraco. De vice-presidente, demorou pouco tempo para subir ao cargo máximo do Jaraguá e tem mostrado habilidade para conduzir a gestão nos últimos três anos.

A maior prova é a redução nas dívidas, que já foram de R$ 1,2 milhões e hoje são pouco mais de R$ 200 mil. “É um aprendizado e uma faculdade que não tem preço. Passamos por muita coisa em três anos, mas aprendemos todos juntos”, destaca.

Lucas Pavin

Cristiano Humenhuk lidera o time de futebol do Juventus. Foto: Lucas Pavin

Cristiano Humenhuk foi outro a encontrar um clube em ruínas. Atleta na base do Juventus, ele sempre acompanhou os jogos e exerceu funções importantes na Torcida Organizada Raça Tricolor.

Mas assim como no futsal, viu a imagem do Moleque Travesso se desgastar ainda mais em 2016, com problemas administrativos e polêmicas entre os próprios dirigentes, resolvendo formar uma nova diretoria com outros apaixonados pelo time.

De imediato, foi vice-presidente e, um ano depois, assumiu a presidência. Desde então, prega um trabalho de transparência e se orgulha em fechar os últimos três anos com as contas em dia e sem aumentar as dividas do clube.

“Sou torcedor e amo estar aqui como se estivesse no trabalho ou em casa. É prazeroso poder provar que o trabalho pode ser feito com pouco recurso, mas transparência e honestidade. Estamos provando isso e fazendo parte da história do Juventus”, declara Humenhuk.

Os sonhos no futsal

Da arquibancada à diretoria, Marcio Haffemann passou por diversos momentos junto ao Jaraguá Futsal. Foram algumas frustrações de torcedor, com a perda de títulos importantes, e muitas alegrias com a conquista de outros.

Agora como gestor e uma taça conquistada na Copa Três Coroas de 2019 sobre o Carlos Barbosa, ele ainda trata o resgate do orgulho do torcedor jaraguaense como principal objetivo, além do saneamento das dívidas. Porém, também sonha em ver o aurinegro de volta ao caminho dos títulos.

“O Jaraguá Futsal vive de títulos. Esse processo de reestruturação leva tempo, mas tenho sonho como presidente de buscar um título de Liga Nacional novamente e trazer o Mundial que é o que falta para o clube”, afirma Haffemann, que tem mandato até 2021.