Lucka Cyriaco
Água tomou rodovia por completo e delegação da ACBF precisou seguir a pé a viagem

“Nunca, meu Deus do céu”. Embora o desabafo, Wolnei Caio, supervisor da ACBF conta com calma o que viveu na manhã desta quarta-feira na viagem de volta do time de futsal de Carlos Barbosa, que saiu de Francisco Beltrão ontem por volta das 22h30 após partida contra o Marreco pela Liga Nacional de Futsal. Os 24 jogadores e membros da comissão técnica tiveram que evacuar o ônibus onde estavam, sair a pé pela estrada em meio a deslizamentos de terra e água pelos calcanhares. O resgate de todas as pessoas com segurança foi realizado mais adiante graças a uma escavadeira.

“Já estávamos chegando, mas em um certo momento começou a bater o desespero porque caiu um barranco na frente e outro atrás. Saímos do ônibus”, relata o dirigente chefe da deleção e ex-jogador do Grêmio e do Juventude, entre outros clubes do Brasil.

A longa viagem de mais de 500km estava perto do fim, por volta das 11h30min quando a delegação parou perto de Veranópolis para tomar café da manhã. Com muita chuva no local, o grupo acompanhava que o trânsito na BR-470 estava complicado devido a outros desabamentos. Minutos após voltarem para a estrada foi preciso ficar dentro do veículo durante uma hora parados esperando a vez de avançar.
“Mas na nossa vez de andar, teve um deslizamento bem na nossa frente e o ônibus freou. Algumas árvores caíram, desceu pedra, desceu pedra, terra, desceu tudo. Nisso, teve outro deslizamento atrás da gente”, conta Lucka Cyríaco, assessor de imprensa da ACBF que registrou os vídeos do episódio.

Nesse momento um funcionário da defesa civil se aproximou da delegação ordenando que todos deixassem o ônibus e seguir o trajeto subindo a serra a pé, até Veranópolis, distante aproximadamente 10 km do local. Os profissionais pegaram alguns pertences e seguiram caminho. Somente os dois motoristas ficaram até que fosse possível retirar o veículo em segurança.

“Subimos pelas árvores, andamos pelo lamaçal até que não dava mais para avançar pois a correnteza estava muito forte e, para nossa sorte encontramos uma família em uma casa de madeira. Ela nos abrigou por um tempo em uma posição mais acima esperando baixar a água. Mas a chuva não parava e a gente foi ficando nervoso, pois embora um lugar mais seguro, havia barrancos que podiam deslizar a todo momento. Foi aí que chegou ajuda para nos tirar da correnteza e colocar no local onde pudemos esperar carona até Veranópolis”, completa o jornalista.

Até o momento, não há previsão de liberação da estrada para que o percurso seja percorrido. Todas as pessoas estão em um hotel em Veranópolis onde aguardam a situação voltar ao mínimo de normalidade.
| Foto: Lucka Cyriaco / ACBF / Reprodução / CP