Arquivo pessoal

Marcelo Madona ao lado do filho Léo dos Reis. Foto: Arquivo pessoal

Marcelo dos Reis Soares, ou simplesmente Marcelo Madona, é um dos grandes nomes do futsal amazonense. Em 2004, com a camisa da seleção espanhola, conquistou o título do Mundial da modalidade e, inclusive, marcou o gol da vitória por 2 a 1 sobre a Itália.

Mas a relação de Marcelo Madona com a Espanha vai além das 15 temporadas que disputou e do título mundial pela seleção. Atualmente seu filho Leonardo dos Reis, ou simplesmente Léo dos Reis, de 17 anos, atua na base do Barcelona, mas no futebol. Ele treina no CT La Masia, onde formou craques como Messi.

“Meu filho está jogando lá (na Espanha). Já tem quatro anos morando na La Masia, que é o CT do Barcelona. Ele joga no Barcelona de futebol. Se Deus quiser vai ser um grande jogador. Eu espero que seja melhor que o pai. Está bem lá, tem agora 17 anos. No próximo ano vai cumprir 18. Está jogando o seu primeiro ano no juvenil do Barcelona e vamos torcer para que dê certo”, Marcelo Madona.

– Eu preferi que ele jogasse futebol. Acho que é mais rentável. Mais prazeroso para ele. Ele está gostando muito. Também gosta de futsal, mas está jogando futebol no Barcelona e atua como atacante – completou.

Foto reprodução

Léo dos Reis joga na base do Barcelona, no futebol. Foto: Foto reprodução

 

Título inesquecível

O título mundial com a camisa da Espanha foi o ápice da carreira do jogador, que começou no futsal nas quadras de Manaus. Para o amazonense existem fatores que o marcaram bastante com a conquista.

– Você ser de Manaus, de um outro país, ser convocado para a seleção espanhola onde tem excelentes jogadores. E você ser selecionado para fazer parte desse elenco de craques, disputar o mundial e ser campeão. Sem dúvida o que mais me marca também é fazer o gol da final, da vitória, ganhando a Itália de 2 a 1 na grande final – disse, ao ressaltar o carinho dos espanhóis.

Foto reprodução

Marcelo (à direita) conquistou o título mundial de futsal com a Espanha, em 2004. Foto: Foto reprodução

– Meu relacionamento com o povo espanhol é sensacional. Sempre digo que a Espanha foi e sempre será a minha segunda casa, o meu segundo país. É o país que me adotou, que me acolheu como cidadão, que me fez crescer como pessoa. Sempre vou guardar com carinho o povo espanhol, os amigos que fiz. Tanto é que meu filho mora em Barcelona. Está bem lá graças a Deus. Sem dúvida é a minha segunda casa – completou.

 

Na ativa e sem pensar em aposentadoria

Hoje com 46 anos, Marcelo Madona ainda está na ativa – pelo menos estava antes da paralisação por conta da pandemia do Coronavírus. O pivô, que está em Manaus à espera do retorno das competições, atuou nesta temporada na França, mas precisamente no Toulouse Metrópole, equipe que terminou a competição nacional em quinto lugar.

– Esse seria o meu primeiro ano completo (na França). Mas já fui para lá no final da temporada passada. Cheguei em fevereiro. Ajudei o time, que estava na segunda divisão, a subir para a primeira. Fui para ajudar e conseguimos. Seria a minha primeira temporada. Morei muitos anos na Espanha, cheguei a morar na Rússia, na Inglaterra, até mesmo na República Tcheca – explicou.

Foto divulgação Toulouse

Marcelo (direita) com a camisa de seu atual time, o Toulouse, da França. Foto: Foto divulgação Toulouse

 

– Essa temporada terminou (por conta do coronavírus). As colocações ficaram como estavam. Querem voltar para a próxima temporada. Mas mesmo assim sem previsão de volta. Isso seria quando o governo determinasse que as coisas já estariam controladas e quem sabe a gente possa voltar. Uma nova temporada começando a partir de agosto. Mas isso depende da pandemia, se as coisas vão ficar controladas ou não – completou.

De acordo com Marcelo Madona, apesar de seus 46 anos, não teve nenhuma lesão grave durante sua carreira e sente que ainda pode contribuir. Segundo ele, pretende parar quando suas pernas não as obedecerem mais

– Enquanto eu tiver em um bom nível, acho que vou continuar jogando. Eu tenho um time que respeita, não tem problema quanto a isso. Ainda estou em alto nível. Pretendo parar quando as pernas não acompanham mais. Quero parar em grande estilo. Nessa temporada eu pensava em parar. Mas como não parou por completo e tenho a sensação que é mal parar assim, quero poder desfrutar de mais uma temporada, pelo menos em alto nível, e poder parar em grande estilo – explicou.

 

Confira outros temas abordados por Marcelo Madona

Avaliação do futsal amazonense

– O futsal do Amazonas é muito competitivo, com grandes jogadores. Continua para mim sendo um celeiro de craques. Só que ultimamente a demanda cresceu muito e o esporte no Amazonas é um pouco precário em relação a patrocínios, clubes que banquem. Então é muito difícil atletas serem exportados de Manaus. Se bem que tem alguns jogadores influentes como o Josivaldo, o Pica-pau, eu, que moramos fora, que podemos indicar jogadores. Mas o mercado no Brasil cresceu muito. São muitos jogadores, com muitos empresários. Coisa que não tem aqui, como empresários. Quem sabe o dia que eu parar de jogar essas coisas possam mudar. Já penso em fazer um projeto aqui para exportar atletas para fora de Manaus, para o Brasil e para o mundo, se Deus quiser.

 

O que fazer após se aposentar?

– Gosto muito do que faço, que é jogar. Mas também gosto muito do esporte, que é o futsal. Seguramente, pretendo continuar vinculado ao esporte. Quem sabe uma futura carreira de treinador. Acho que é o mais ideal. Começo a pensar dessa forma. Pode ser que no futuro possa seguir essa carreira, que seria outro desafio. Desafio importante na vida e no esporte.

 

Quando se aposentar vai morar em Manaus ou na Espanha?

– Isso é uma interrogação na minha cabeça. Claro que em qualidade de vida na Espanha é muito melhor, lá se vive muito bem, mas em Manaus tem a família. É uma pergunta que por hoje não saberia responder, com certeza. Mas seguramente estaria entre Manaus e Barcelona. Manaus pela minha família e Barcelona porque mora meu filho e, se Deus quiser, vai ter uma carreira pela frente. Acho que seria entre Manaus e Barcelona.

 

Como estava a situação em Toulouse antes de você sair da cidade?

– Na realidade a cidade que eu estava morando, na França, em Toulouse. Não estava muito perigoso. Estava no começo. Mas estava previsto que ia chegar. Então, a situação começava a ser preocupante. Por isso já estavam parando tudo antes que o vírus se expandisse por toda a cidade. Ali já começaram a se confinar e as pessoas estavam respeitando e fazendo o possível para não expandir o vírus. Então foi melhor vir e evitar. E até hoje a situação em Toulouse, pelo menos, está mais ou menos controlada. E estão bem, graças a Deus.

 

Como você está fazendo para se manter em forma?

– Ando me mantendo em forma. Graças a Deus moro em um condomínio fechado. As pessoas saem para correr tomando as suas devidas precauções, lógico. O condomínio é muito grande, tem muito espaço, dá para fazer uma corridinha todo dia. Também tem uma área onde dá para fazer exercícios. E em casa. Vou me preparando para me manter em forma. É muito importante para não perder a forma física com tudo isso que está acontecendo.

 

Recado sobre o coronavírus

– Que todos resguardem e protejam seus entes queridos, amigos. Que fiquem em casa porque é sério. A esperança é que em muito breve isso vai passar. Que vamos sorrir abertamente e dar um abraço a um ente ou amigo. E vamos sorrir todos juntos e vamos continuar sendo felizes como sempre fomos. Acreditem que logo logo isso vai passar. Tudo é passageiro e vamos nos reunir logo outra vez. Fiquem com Deus.