Realização. Entre todas as palavras do dicionário, essa é a escolhida por Valdicir Kortmann para descrever a sensação após o ano mágico vivido pela equipe que dirige: o JEC/Krona. Campeão de tudo o que disputou, o time terminou o ano não apenas com o tão sonhado título da Liga Nacional, mas também com os troféus da Taça Brasil e do Campeonato Catarinense. A tríplice coroa do futsal indica ao empresário que o investimento valeu a pena e sugere que este é apenas o início de uma época dourada para o esporte joinvilense.

Samuel Duarte

Valdicir exalta a temporada de títulos do Joinville. Foto: Samuel Duarte

– Se fosse só o título da Liga, talvez “persistência” seria a palavra que marcaria o ano, assim como “acreditar”. Mas com o título das três principais competições, “realização” é uma palavra que marca muito. Uma série de fatores contaminou positivamente, o trabalho sério das pessoas envolvidas, dos patrocinadores – descreve o dirigente do Tricolor.

Desde a primeira vez em que Joinville chegou a uma final da Liga até a realização do sonho de levantar o troféu mais importante da modalidade no país, a diretoria da Krona – principal investidora da modalidade no Estado – precisou aguardar 10 anos.

Os vice-campeonatos de 2007 e 2012 desanimaram, mas não tanto quanto algumas eliminações precoces em outras temporadas. No entanto, “desistir” nunca foi uma palavra usada como opção.

– Na maioria das vezes, as pessoas ao nosso lado sempre nos fizeram acreditar que valia a pena. E a Krona também sempre acreditou que a visibilidade por meio do marketing esportivo traz retorno. De uma forma ou de outra, sempre se percebeu que era importante. Agora, mais do que nunca – enfatiza Kortmann.

Conquistados os objetivos do ano, agora o clube entra de férias para festejar e recarregar as energias para a próxima temporada. A principal meta continua igual: chegar à final de tudo o que competir. Mas o calendário para 2018 estará um pouco mais desafiador. Além de participar do Estadual, da Liga Nacional e da Taça Brasil, o time tem direito de disputar a Copa do Brasil e a Supercopa, torneio que dá vaga à Libertadores. Para uma equipe que pegou gosto por vencer, conquistar o Mundo está logo ali.

Próximos objetivos

A equipe conquistou os principais títulos de 2017, mas tem objetivos maiores em 2018. Ganhou o direito de participar de duas competições: a Copa do Brasil e a Supercopa, que dá vaga na Libertadores para o campeão.

– Dentro do planejamento, a gente quer alçar voos maiores. Um dos focos, além de estar na final de tudo, é ir também à decisão da Supercopa para tentar ir à Libertadores e, quem sabe, até no Intercontinental. Cada coisa a seu tempo – aponta Kortmann.

Espírito diferente

Na visão do dirigente, a equipe joinvilense encorpou de um ano para o outro, e a eliminação nos pênaltis para a Assoeva, nas quartas de final da Liga de 2016, foi uma importante lição para que a equipe conquistasse a competição neste ano.

– O grupo que foi formado foi diferente de todos os anos. A equipe encorpou muito, com esse espírito de querer vencer. A equipe estava preparada no ano passado, mas ganhou ainda mais corpo e ficou com um espírito muito bom. Não se ganha nada sozinho, foi todo o grupo, com toda harmonia de pessoas que fazem parte do projeto – destaca.

Momento difícil

Calejado com derrotas em anos anteriores, o time joinvilense estava “cascudo” desta vez. Prova disso foi a semifinal, contra o Foz Cataratas. Jogando pelo empate na prorrogação do jogo da volta, o JEC/Krona viu o rival sair na frente, o que fez passar um filme na cabeça de Valdicir.

– Pensei: será que não vai dar de novo? Foi quando percebi, em pouco tempo, a diferença da equipe de um ano para o outro, do crescimento emocional. Naquele momento, minha esposa olhou para mim e falou que seria diferente. E foi – descreve.

Reformulação

– O que deixaria de recado para o torcedor, que fica preocupado pois vamos perder um quarteto inteiro (Fernando, Fernandinho, Xuxa e Fellipe Mello vão atuar no futsal europeu), é que anunciamos reforços e vamos continuar tento um time forte e competitivo – garante o diretor, que nesta semana anunciou a contratação do fixo Grillo, dos alas Bruno e Leandro Caires, e do pivô Genaro.

Futuro no Joinville

Com o mandato do presidente Jony Stassun perto do fim no JEC, o nome de Valdicir Kortmann ganhou força nos bastidores. De fato, convites foram feitos para que ele assumisse o papel de liderança, como presidente ou vice. No entanto, por entender que não teria tempo para conciliar a vida profissional com o papel de mandatário do clube, recusou. Mas ele não nega que, no futuro, essa possa ser uma possibilidade.

– Eu fui convidado, mas deixei claro que não tenho essa intenção porque meu foco está na empresa, em que tenho grande responsabilidade. Não me sentiria à vontade de ser um presidente ausente. Para o futuro, é outra coisa, mas, a médio prazo, não tenho essa intenção. Agora, o que pretendo é dar continuidade ao futsal, e ganhar mais títulos, dando alegria para os torcedores. Independentemente do cargo, se precisarem de mim estou à disposição para opinar, dar conselhos – frisa.