Juliam Nazaré

Especial da Série Ouro do JdeB tem reportagens com nomes de Ampere, CAD, Dois Vizinhos, Marreco. Foto: Juliam Nazaré

O Rio de Janeiro é a origem do café carioca, um dos modos mais populares de se consumir café. As terras cariocas também são o berço de Bruno Loureiro Barros, conhecido pelo nome da bebida mais querida dos brasileiros, e o mais experiente atleta do Marreco. Com 37 anos, ele chegou a Francisco Beltrão em 2021 e atravessou a maior crise de sua carreira e do clube nos últimos anos, com a luta contra a queda na Série Ouro. Mas assim como um bom café expresso, o jogador passou pelo momento de pressão e nesta temporada persegue o inédito título do estadual.

Procedência do Café

Natural do Bairro da Piedade, Café despontou para o Futsal no Macaé, na Liga Nacional (LNF) de 2004. Ainda no Rio, jogou torneio pelo Petrópolis nas duas temporadas seguintes, até se transferir para o Sporting, de Portugal. Três anos depois, vestiu a camisa do Joinville e então iniciou uma incursão pelo mundo: Cazaquistão, França e Irã. Defendeu o Atlântico (RS) e o Corinthians, até ser contratado pelo Marreco, em 2021.

O apelido

Mas iludido está quem crê que o apelido do jogador do Marreco seja em razão de um consumo desenfreado da bebida. A origem está em um… apelido. Em 1997, quando Bruno beirava os 12 anos, o lateral-direito João Cristiano de Araújo, “Cafezinho”, destacava-se na lateral-direita do Madureira. E numa goleada de 7×0 para o Flamengo, pelo estadual, roubou a atenção por trocar agressões com Romário.

A suposta semelhança com o então profissional fez o garotinho da Zona Norte ganhar a mesma alcunha que, com o passar do tempo, deixou o diminutivo “inho” para ficar simplesmente “Café”.

Café expresso: sob pressão

Os primeiros meses do jogador em Francisco Beltrão foram difíceis. A eliminação precoce na LNF e a luta contra o rebaixamento na Série Ouro gerou uma reformulação no time. A começar pelo comando técnico: saiu Serginho Schiochet, veio Fabinho Gomes. No elenco, Café foi um dos poucos a iniciar e terminar o ano no Arrudão. Por pouco não foi dispensado, mas ganhou a confiança do técnico.

“Eu vim para o Marreco por se tratar de um time grande, de muita mídia e que corria atrás de um título de expressão. 2021 foi pesado, mas terminou melhor do que começou. Em relação à pressão, foi o momento mais crítico da minha carreira.”

Estabilizados, Café e Marreco buscam voltar ao protagonismo no Campeonato Paranaense. O clube, vice em 2017 e 2018, persegue a taça. “Fazer história no Marreco é outra coisa que me alimenta. Marreco é grande, todo mundo conhece, onde tu for. Não tem lugar melhor para fazer história”, diz o veterano.

Com uma defesa sólida, o time iniciou as competições reconhecido pela habilidade em jogar bem contra times de forte investimento, contra Cascavel e Carlos Barbosa (RS), mas que tem dificuldade em sair bem quando precisa propor a partida.

“Nosso contra-ataque é forte, pois trabalhamos muito a defesa. Quando o adversário marca atrás e precisamos sair temos mais dificuldade, porque o foco do trabalho no início foi o sistema defensivo. É questão de tempo para equilibrar isso, pois também temos jogadores bons lá na frente.”

Bom e velho Café

Dono de um currículo extenso, o ala ainda não estuda a aposentadoria e cogita passar dos 40 anos atuando. “‘Tô’ bem fisicamente. Tenho uma dorzinha aqui ou ali de vez em quando, somente.”

Juliam Nazaré

Bruno Loureiro Barros, o Café: 37 anos e muita disposição para passar dos 40 em quadra. Foto: Juliam Nazaré