A saudade do futsal é enorme, mas a distância das quadras não impede Pintinho de se preparar para a volta. O jogador do Cascavel, em Live no Instagram com o repórter João Barreto, da LNFTV e TV NSports, garantiu não ter ficado parado em nenhum momento, seguindo a cartilha de treinos do clube. No bate papo, contou um pouco da carreira e curiosidades das sete temporadas vividas no Cazaquistão.

Kairat

Alexandre Pintinho defendeu por muitos anos o Kairat, do Cazaquistão. Foto: Kairat

“Eu não tinha muita noção do país. Na época em que nem whatsapp tinha. Foi pelo MSN que recebi um convite para jogar a UEFA Liga. Lá encontrei outros brasileiros que me ajudaram na adaptação na nova cultura”, relembra Pintinho, que até escolher pelo futsal, dividiu as atenções com o futebol jogado na grama.

“Jogo desde criança futsal e campo, sempre sonhei em jogar e dar certo. Joguei no América-MG no campo. Passei pelo Atlético-MG até chegar no Minas, onde tive a primeira oportunidade no profissional e jogar a Liga”, relembra.

Com passagens por várias equipes no futsal brasileiro, como Ulbra, Atlântico e Marreco, Pintinho observa que a principal diferença entre o futsal brasileiro e o jogado lá fora ainda é o calendário e a dificuldade de preparação para as partidas. No Cazaquistão, a maior adversidade foi a diferença cultural para o Brasil.

“Cultura, comida, clima e língua são fatores que o estrangeiro, senão tiver suporte, vai ter dificuldade dentro de quadra. Porque se o cara chega lá é porque tem qualidade e tem que mostrar. Hoje, o Kairat está entre os dez do mundo. O macarrão deles é sem molho, a carne era mais gordurosa. Lá eles não se alimentam antes do jogo. Comem chocolate e chá. E a gente come para não se sentir fraco em quadra”, relembra.

Da passagem pelo país, lembrou um episódio insólito. Uma viagem até a Geórgia, para jogar uma final, teve correria após suspeita de bomba no aeroporto, viagem de madrugada sem dormir, e fome saciada com sanduíches horas antes do jogo. No Brasil, não vê a hora de voltar a jogar, principalmente a LNF, pelo nível da competição.

Marcos Pi

Alexandre Pintinho defenderá o Cascavel na temporada 2020. Foto: Marcos Pi

“Aqui os ginásios são lotados, tem muita torcida, dá frio na barriga. As disputas são de alto nível. Antes da Liga começar não tem como cravar quem será o campeão. Todos os jogos são difíceis e exigem preparação”, garante Pintinho, que segue na cidade de Cascavel se preparando para o retorno da Liga.

No final da Live, escalou seu time dos sonhos, tarefa ingrata para quem rodou tanto: “Higuita, pela qualidade no gol e com os pés, fixo Douglas Júnior, além de marcador, desarma muito. Nas alas, Danilo Baron, pela inteligência em quadra, e Igor, um cara completo. Na frente o Betão, de pivô raiz”.

Semana que vem, a atração da Live da LNF será o fixo Neto, campeão mundial com a Seleção Brasileira e que, nessa temporada, irá defender o Praia Clube.